Você sabe o que é ser amigo de Deus? O Anjo da Guarda mostrou a Santa Margarida de Cortona
De pecadora a grande penitente, a vida de Santa Margarida de Cortona inspira e mostra que até os mais miseráveis podem alcançar as mais sublimes graças sobrenaturais. Hoje você vai ver como o anjo da guarda da santa mostrou para ela o que é ser amigo de Deus. Depois do impressionante e valioso relato, você também saberá um pouco mais sobre a vida de Margarida de Cortona.
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O anjo da guarda mostrou a Santa Margarida de Cortona o que é ser amigo de Deus
O relato a seguir foi retirado do livro Os Santos Anjos da Guarda, do Padre Augusto Ferretti.
“Mostra-me”, disse um dia ela (Santa Margarida de Cortona) ao seu anjo da guarda, “mostra-me com que sinais podemos conhecer os virtuosos e perfeitos amigos de Deus”. Respondeu-lhe o anjo: “Os perfeitos amigos de Deus são os que têm o coração inteiramente desapegado das coisas criadas e o têm unido unicamente a Deus, suspirando por Ele, dia e noite, com todo o ímpeto do seu coração”.
“E quais são”, ajuntou a santa, “as virtudes que lhe são próprias?”
“A primeira — replicou o anjo — é uma profunda humildade, à imitação e por amor daquele que se humilhou até à morte na Cruz. A segunda é uma perfeitíssima caridade. Isto posto, amigo de Deus é aquele em que se cumpre a divina palavra, “bem-aventurados os puros de coração”.
“É amigo de Deus” — continua ainda o anjo — “aquele que nega a si mesmo, ou melhor, que se mata a si mesmo por amor de Cristo, não, porém, com punhais ou semelhantes instrumentos, mas sim por meio da mortificação da própria vontade, e que está pronto a sofrer qualquer pena e a mesma morte, pelo nome de Cristo, se tal coisa fosse necessária em defesa da fé católica. Mata-se, por outro lado, por amor de Cristo, aquele que com a penitência mortifica os seus sentidos”.
“É amigo de Deus aquele que tem verdadeiramente compaixão e se apieda dos pobres e desvalidos, aquele que sempre fala a verdade, aquele cuja pureza de vida transparece na honestidade absoluta dos seus costumes”.
“É amigo de Deus quem procura por amor de Jesus Cristo ajudar os seus irmãos em seus trabalhos e sofrimentos, tomando-os a si, preferindo que ele mesmo e não o seu próximo sofra penúria de víveres, de vestes e habitação”.
“É enfim amigo de Deus aquele que se entristece e se aflige com a desgraça alheia, seja embora o desgraçado seu próprio inimigo; e que, sem sombra de inveja, se alegra de coração com a sua prosperidade”.
Quem foi Santa Margarida de Cortona?
A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.
Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas.
Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.
Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.
Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por três anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.
Aos vinte e três anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com freqüência durante suas orações contemplativas.
Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.
Oração a Santa Margarida de Cortona
A seguir, também o texto da oração digitado:
“Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santa Margarida de Cortona, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
Referências:
FERRETTI, Augusto. Os Santos Anjos da Guarda. Dois Irmãos: Minha Biblioteca Católica, 2022.
Santa Margarida de Cortona. Arquidiocese de São Paulo. São Paulo, 2020. Disponível em: <https://arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/santa-margarida-de-cortona>. Acesso em: 04 jan. 2023.