Quais são os 10 mandamentos? O mundo precisa voltar a vivê-los
Hoje nós vamos meditar juntos sobre os 10 mandamentos que, segundo o Catecismo da Igreja Católica (2057), são um caminho de vida. Eles formam um itinerário para a libertação da escravidão do pecado para que vivamos na graça de Deus. O Senhor é bondoso e sabe que, como seres frágeis e limitados, precisamos de sinais sensíveis para não errarmos. É por isso que ele nos dá a Sua Palavra e deixa claro o que é necessário para a nossa salvação nos 10 mandamentos.
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Precisamos dos 10 mandamentos?
Não seria o ser humano capaz de formar seu próprio juízo e seguir suas próprias leis? Afinal, não somos capazes de criar um mundo justo e perfeito seguindo todas as doutrinas infalíveis desenvolvidas pelo caráter humano ao longo da história? Me parece que a resposta está no estado atual do mundo e na dureza do coração das pessoas.
Sobre isso, veja o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica:
Os mandamentos são atuais?
O Catecismo da Igreja Católica nos afirma que “são obrigações” graves (2072). Logo, o descuido na vivência desses nos colocam em faltas graves que precisam ser confessadas quando fazemos nosso exame de consciência. Eles são atuais e imutáveis e, ao contrário do que alguns “livres pensadores” dizem, o bem não muda e o que é bom aos olhos de Deus nunca mudará.
Meditando os 10 mandamentos
O mundo precisa redescobrir os 10 mandamentos e abandonar o pecado para voltar à graça de Deus. Todos os problemas da atualidade têm origem na mesma triste realidade: as pessoas tiraram Deus do centro de suas vidas. Nas escolas, nas famílias, na sociedade, o Senhor tem sido ignorado por grande parte da população. Em consequência disso, o ser humano vive abandonado aos vícios, à corrupção, à depravação e toda a falta de respeito.
Qualquer pessoa que medita sobre o mundo atual percebe que algo está fora do lugar e que é preciso recuperar o respeito e ordem. Para isso, os dez mandamentos são um caminho seguro que nos foi entregue por Deus a fim de que pudéssemos ser salvos e livres do pecado. Para cumprir a Lei de Deus você e eu precisamos de Sua graça, pois por nossas próprias forças não seríamos capazes.
A base dos 10 mandamentos é o texto bíblico de Êxodo 20, 2-17 e Deuteronômio 5, 6-21. A Igreja, no período em que as pessoas não tinham muito acesso aos textos escritos, porque eram caros, formulou-os de maneira catequética, e é dessa forma que utilizaremos em nossa pequena meditação, baseada no Catecismo da Igreja Católica.
A seguir, vamos meditar os 10 mandamentos para que saibamos viver conforme o que Deus espera de nós.
Os 3 primeiros mandamentos são a respeito do relacionamento com Deus
1 – Amar a Deus sobre todas as coisas.
Ele nos amou primeiro e nós devemos corresponder amando-O de volta, mesmo com nossas fragilidades. Para amar a Deus sobre todas as coisas, precisamos rejeitar todos os falsos ídolos e todo o tipo de idolatria e superstição. Não podemos idolatrar as pessoas, o dinheiro, nosso ego e não podemos cair em cisma, sacrilégio e no agnosticismo. Você pode se aprofundar mais nos parágrafos 2083 a 2139 do Catecismo.
2 – Não tomar seu Santo nome em vão.
“O dom do nome pertence à ordem da confiança e da intimidade” (2143). Respeitar o nome de Deus significa colocar em prática o respeito devido a Ele mesmo. Devemos tomar muito cuidado a todo o tipo de blasfêmia, que é “proferir contra Deus – interior ou exteriormente – palavras de ódio, de censura, de desafio, dizer mal de Deus, faltar-Lhe ao respeito nas conversas, abusar do nome d’Ele” (2148). Além disso, devemos evitar fazer falso juramento usando o nome de Deus.
3 – Guardar domingos e festas de guarda.
“O domingo realiza plenamente, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do sábado judaico e anuncia o descanso eterno do homem, em Deus” (2175). O Catecismo afirma que “a Eucaristia dominical fundamenta e sanciona toda a prática cristã. É por isso que os fiéis têm obrigação de participar da Eucaristia nos dias de preceito, a menos que estejam justificados, por motivo sério. Os que deliberadamente faltam a essa obrigação cometem um pecado grave” (2181). Portanto, não podemos faltar à Santa Missa para fazer qualquer outra coisa neste dia e devemos dedicar o domingo ao Senhor. Não é dia de trabalho, mas de descanso.
Os próximos 7 mandamentos são a respeito do relacionamento com os outros
4 – Honrar pai e mãe
“Deus quis que, depois de Si, honrássemos os nossos pais, a quem devemos a vida e que nos transmitiram o conhecimento de Deus. Temos obrigação de honrar e respeitar todos aqueles que Deus, para nosso bem, revestiu da sua autoridade” (2197). Este é um mandamento dirigido diretamente aos filhos, mas também tem seus desdobramentos sobre as responsabilidades de cada membro da família e seu papel na sociedade.
5 – Não Matar
O Catecismo afirma que a vida é sagrada (2258) e este mandamento implica outros atos como o aborto (inclusive os que colaboram para ele), a eutanásia e o suicídio. Sobre o suicídio, “perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave de uma provação, de um sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida” (2282). “Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida” (2283).
“A virtude da temperança leva a evitar toda a espécie de excessos, o abuso da comida, da bebida, do tabaco e dos medicamentos. Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado da velocidade, põem em risco a segurança dos outros e a sua própria, nas estradas, no mar ou no ar, tornam-se gravemente culpados” (2290). Não podemos também desejar a morte de ninguém em nosso coração através de um ressentimento, que também é falta grave.
6 – Não pecar contra a Castidade
Ao criar o mundo e os animais Deus percebeu que tudo era bom, mas ao criar o homem e a mulher, percebeu que era muito bom. Ou seja, o ser humano é a mais bela criação de Deus e tudo o que descaracteriza essa criação na sua essência é falta grave. Ao pecar contra a castidade, vemos o próximo como um objeto a ser utilizado e não como um dom de Deus. O relacionamento afetivo querido por Deus entre um homem e uma mulher acontece dentro do sacramento do Matrimônio, instituído pelo próprio Senhor. Quem vive a castidade, vive as coisas no tempo certo, já que ela significa a integração da sexualidade na pessoa, ou seja, sua unidade interior, corporal e espiritual.
A sexualidade torna-se pessoal e verdadeiramente humana, quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher. A virtude da castidade engloba a integridade da pessoa e a integralidade da doação (2337). Implica a aprendizagem do domínio de si. O Catecismo da Igreja Católica afirma ainda que “a castidade conhece leis de crescimento e passa por fases marcadas pela imperfeição, muitas vezes até pelo pecado” (2343). Ofendem a Castidade os pecados da luxúria, que é a vivência desregrada dos prazeres, a masturbação, a fornicação, a pornografia e a prostituição e outros.
7 – Não furtar
Este mandamento “proíbe tomar ou reter injustamente o bem do próximo e prejudicá-lo nos seus bens, seja como for. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrenos, e dos frutos do trabalho dos homens” (2401). Perceba que o “não furtar” é mais amplo do que parece, já que podemos estar roubando nosso empregador quando somos pagos para desempenhar certa função e não trabalhamos corretamente, no tempo adequado, por exemplo.
8 – Não levantar falso testemunho
Neste mandamento percebemos a proibição da falsificação da verdade nas relações com o próximo. Essa prescrição moral decorre da vocação do povo santo, para ser testemunha do seu Deus, que é e deseja a verdade. As ofensas contra a verdade, exprimem por palavras ou por atos, a recusa em empenhar-se na retidão moral: são infidelidades graves para com Deus e, nesse sentido, minam os alicerces da Aliança” (2464).
9 – Não desejar a mulher do próximo
Este mandamento é profundo e nos chama a olharmos para o nosso coração: “O coração é a sede da personalidade moral: ‘Do coração procedem as más intenções, os assassinatos, os adultérios, as prostituições’ (Mt 15, 19). A luta contra a concupiscência carnal passa pela purificação do coração e pela prática da temperança” (2517). Pelo Batismo, recebemos a graça da purificação de todos os pecados, porém, o batizado precisa continuar a lutar constantemente contra a concupiscência da carne e os desejos desordenados.
Com a graça de Deus, pela virtude e pelo dom da castidade pode-se crescer na pureza, pois, a castidade permite amar com um coração reto, pela pureza de intenção, que consiste em ter em vista o verdadeiro fim do homem. Com um olhar simples, procure-se descobrir e cumprir em tudo a vontade de Deus; pela pureza do olhar, exterior e interior; pela disciplina dos sentidos e da imaginação; pela rejeição da complacência em pensamentos impuros, que o levariam a desviar-se do caminho dos mandamentos divinos e pela oração.
A pureza exige o pudor, que é parte integrante da temperança e preserva a intimidade da pessoa. Trata-se da recusa de mostrar o que deve ficar oculto, ordena-se à castidade e comprova-lhe a delicadeza. O pudor orienta os olhares e as atitudes em conformidade com a dignidade das pessoas e com a união que existe entre elas. Além disso, protege o mistério da pessoa e do seu amor, convida à paciência e à moderação na relação amorosa e exige que se cumpram as condições do dom e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si. O pudor é modéstia e inspira a escolha do vestuário, mantém o silêncio ou o recato, que protege do perigo de uma curiosidade maléfica.
10 –Não cobiçar as coisas alheias
O décimo mandamento desdobra e completa o nono, que tem por objeto a concupiscência da carne. Proíbe cobiçar o bem dos outros, raiz do roubo e da fraude, proibidos pelo sétimo mandamento. A “concupiscência dos olhos” (1 Jo 2, 16) conduz à injustiça, proibida pelo quinto mandamento. A cobiça, bem como a fornicação, tem a sua origem na idolatria, proibida nos três primeiros mandamentos da Lei. O décimo mandamento incide sobre a intenção do coração e resume, com o nono, todos os preceitos da Lei.
Conclusão
Os 10 mandamentos trazem um manual de boa conduta dado por Deus a você e eu, e a toda a humanidade. Portanto, sejamos obedientes e peçamos a graça do Senhor para seguirmos esse itinerário de santidade que nos conduz à salvação. Que a meditação dessas verdades nos ajude colocar Deus novamente no centro de nossas vidas.