“Estão matando cristãos como frangos”, disse um arcebispo nigeriano, mas os movimentos ativistas midiáticos continuam mudos
“Estão matando cristãos como frangos”, disse o arcebispo de Kaduna, na Nigéria, Dom Matthew Man-oso Ndagoso, ao portal católico LifeSiteNews, em 26 de abril de 2019. De lá para cá, nada mudou e muitas mortes continuam sendo registradas. Ainda mais estranho é o silêncio dos movimentos midiáticos de ativismo internacional que continuam alheios ao que ocorre com a população negra e cristã da africana Nigéria. Que tipo de vida importa para eles?
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Estão matando cristãos como frangos
A dramática situação dos cristãos perseguidos na Nigéria prossegue a todo o vapor e dificilmente é abordada pela assim chamada “grande mídia” mundial. Da mesma forma, é um genocídio que pouco ou nada interessa aos “profissionais da indignação internacional”. Milhares de cristãos continuam sendo mortos e dezenas de aldeias continuam sendo arrasadas desde a declaração do arcebispo.
Padre é assassinado logo após celebrar a Missa do Galo
Opadre Luke Adeleke, de 38 anos, foi assassinado logo após celebrar a Missa do Galo numa paróquia da periferia de Ogunmakin Obafemi Owode, na diocese de Abeokuta, Nigéria. Ele voltava para casa quando foi atingido durante um tiroteio entre bandidos armados e policiais, de acordo com informações da agência Fides.
Neste caso, o assassinato do sacerdote parece não ter sido intencional mas representa o mais recente episódio de uma longa série de ataques contra padres, religiosos e leigos cristãos no país mais populoso do continente africano. A Nigéria sofre uma onda de violência anticristã desde pelo menos o ano de 2009, quando se intensificaram as ações terroristas do sanguinário bando de fanáticos islâmicos Boko Haram, que pretende declaradamente transformar o país num califado regido pela sharia.
17 cristãos assassinados (por dia)
Se a morte de George Floyd gerou revolta em todo o mundo (e deve mesmo gerar), porque 17 mortes por dia não gera a mesma comoção?
A violência é tamanha que os radicais islâmicos matam em média 17 cristãos por dia na Nigéria. Apenas durante os primeiros 200 dias de 2021, foram cerca de 3,4 mil cristãos assassinados pelo fanatismo terrorista no país. A fonte destes números estarrecedores é a organização nigeriana Intersociety, ou Sociedade Internacional das Liberdades Cívicas e do Estado de Direito. Trata-se de uma entidade que, desde 2010, pesquisa e documenta os dados da perseguição religiosa e de outras formas de violência perpetradas na Nigéria tanto por órgãos estatais quanto não estatais. Os levantamentos são realizados em contato direto com as vítimas e testemunhas e complementados com a análise de outros relatórios credíveis, nacionais e internacionais.
Antes de 2021, o triste recorde nos números de assassinatos de cristãos na Nigéria em decorrência da perseguição religiosa proposital tinha sido atingido em 2014, com mais de 5 mil casos. Mais de 4 mil deles foram provocados pelo Boko Haram, mas os também islâmicos pastores nômades Fulani mataram deliberadamente ao menos outros 1,2 mil cristãos.
Rezemos pelos cristãos perseguidos em todo o mundo e que são esquecidos pelos grandes meios de comunicação. Um genocídio silencioso, um sangue derramado que clama pela Justiça Divina (Cf. Gn 4,10).