Alguns casais católicos estão tentando viver a castidade de uma maneira estranha?
Existe um jeito estranho de se tentar viver a castidade? Aparentemente, a sexualidade deixou de ser tabu para transformar-se em motivo de tristeza e frustração, pois não tem sido vivida da maneira que Deus criou para ser. Precisamos refletir sobre isso.
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Qual é o ponto de partida para um relacionamento católico?
Dr. Paulo Pacheco, em participação no Tertúlia Podcast, disse: “O ponto de partida é sempre este: o namoro construído sobre a humildade. E a partir disso a gente começa a pensar: como é que eu posso ser prudente neste relacionamento? Como é que eu posso ser temperante? Uma das virtudes anexas à temperança é a castidade. Como é que eu posso ser casto no meu relacionamento?”.
A frase de Dr. Paulo Pacheco no Tertúlia Podcast traz uma reflexão profunda e pertinente sobre a importância das virtudes no contexto de um namoro. Vamos analisar cada parte da frase sob a luz da doutrina católica e sua aplicação prática:
Humildade como ponto de partida
“O ponto de partida é sempre este: o namoro construído sobre a humildade.”
Na visão católica, a humildade é a base de todas as virtudes. Santo Agostinho dizia: “A humildade é a base e guardiã de todas as virtudes”. No contexto de um relacionamento, a humildade implica reconhecer nossas limitações e fraquezas, estando abertos a aprender e crescer juntos. Um namoro construído sobre a humildade é aquele onde ambos os parceiros estão dispostos a servir e sacrificar-se pelo outro, evitando o orgulho e a vaidade que podem destruir a relação.
A prudência no relacionamento
“E a partir disso a gente começa a pensar: como é que eu posso ser prudente neste relacionamento?”
A prudência é a virtude que nos permite discernir o bem e escolher os meios adequados para alcançá-lo. No namoro, ser prudente significa fazer escolhas conscientes que promovam o bem-estar mútuo e a santidade do casal. A prudência nos ajuda a evitar comportamentos impulsivos e a planejar o futuro com responsabilidade e amor.
Temperança e suas virtudes anexas
“Como é que eu posso ser temperante? Uma das virtudes anexas à temperança é a castidade.”
A temperança é a virtude que modera nossos desejos e paixões, mantendo-os dentro dos limites da razão e da fé. Dentro da temperança, a castidade se destaca como uma virtude essencial no namoro. A castidade não é apenas a abstinência sexual, mas o respeito pelo corpo e pela dignidade do outro, reservando a intimidade plena para o casamento, conforme a doutrina católica.
Castidade no relacionamento
“Como é que eu posso ser casto no meu relacionamento?”
Ser casto no namoro é um desafio contracultural, especialmente no mundo contemporâneo, onde a intimidade física é muitas vezes vista como um pré-requisito para um relacionamento bem-sucedido. No entanto, a castidade é uma expressão de amor verdadeiro, que respeita o tempo e a ordem natural das coisas, conforme ensinado pela Igreja. A castidade fortalece o vínculo emocional e espiritual do casal, preparando-os para um compromisso duradouro no matrimônio.
Aplicação prática
Para aplicar essas virtudes no namoro, o casal deve:
- Dialogar abertamente: sobre seus valores, expectativas e limites.
- Rezar juntos: pedindo a Deus força e sabedoria para viver as virtudes.
- Buscar orientação espiritual: com um diretor espiritual ou em grupos de jovens da paróquia.
- Fomentar atividades saudáveis: que promovam a união e o crescimento mútuo, como voluntariado, estudos conjuntos e lazer saudável.
Conclusão
A frase de Dr. Paulo Pacheco é uma chamada à reflexão e ação para aqueles que buscam viver um namoro segundo os princípios cristãos. Construir um relacionamento sobre a humildade, praticando a prudência, temperança e castidade, não é fácil, mas é um caminho seguro para um amor verdadeiro e duradouro, que encontra sua plenitude no sacramento do matrimônio.
Por que um namoro deve ser casto?
Por que a Igreja, em sua sabedoria, orienta os fiéis a viverem a castidade no namoro – e também no casamento? O vídeo a seguir é um corte do Tertúlia Podcst, que uniu dois profissionais acostumados a lidar com os problemas dos casais de namorados. Dr. Paulo Pacheco é psicólogo e mentor de profissionais de saúde mental e desenvolvimento humano; Marília Rebouças é professora, palestrante e consagrada da Comunidade Católica Shalom. Assista:
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Referências:
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2000.
PACHECO, P; REBOUÇAS, M. Por que um NAMORO deve ser CASTO? Tertúlia. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NEs81YNjbcI. Acesso em: 9 de julho de 2024.
SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Paulus, 2000.
SANTO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. São Paulo: Loyola, 2001.