Você pensa na sua morte? Saiba mais sobre o Purgatório, um Inferno temporário
Você pensa na sua morte ou vive de maneira despreocupada, sem nem imaginar o que pode acontecer no fim de sua vida? A Igreja Católica acredita no Céu, no Inferno e no Purgatório, mas muita gente tem ignorado essas realidades em uma vida preguiçosa, cercada de prazeres e pecados. Precisamos aprender mais sobre este tema e fazer com o que o assunto chegue a mais pessoas.
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Entendendo o que é o Purgatório
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina a distinguir entre pecado mortal e pecado venial (N. 1855-1856). Na primeira situação, o ser humano teve um comportamento tão grave, que rompeu sua ligação mais profunda, tanto com Deus quanto com o próximo. No segundo caso, essa ligação permanece, mas não é perfeita.
O que acontece quando o homem chega ao fim da sua vida e deve entrar em contato com o Deus totalmente Santo? Com Deus ninguém convive se não for totalmente d’Ele. Diz o livro do Apocalipse (21,27) que, no céu, na “cidade santa”, na “nova Jerusalém (…) não entrará nada de impuro”.
É aqui que reside o lugar teológico do purgatório. O purgatório significa, pois, a graciosa possibilidade que Deus concede ao homem de poder e dever, na morte, amadurecer radicalmente. O purgatório é esse processo doloroso, como todos os processos de ascensão e educação, no qual o homem, na morte, atualiza todas as suas possibilidades, purifica-se (daí o termo “purgatório”) de todos os limites, fruto da própria história de pecado, de maus hábitos adquiridos ao longo da vida.
As penas do Purgatório
Existem dois tipos de penas no Purgatório: a de dano e a dos sentidos.
- A pena de dano acontece quando somos privados da visão de Deus, que é o bem supremo, o fim beatífico para o qual nossas almas foram criadas. Trata-se de uma sede interminável que nos consome.
- A pena dos sentidos é um sofrimento sensível, da mesma forma como experimentamos em nossa carne. É opinião comum dos doutores que ela consiste em fogo e em outras formas de sofrimento. O fogo do Purgatório, dizem os Santos Padres, é o mesmo do Inferno, do qual fala o rico epulão: “Eu sofro horrores nestas chamas” (Lc 16, 26).
Sobre a intensidade das dores infligidas pela infinita justiça de Deus, ela é proporcional à natureza, à gravidade e ao número dos pecados cometidos. Cada um recebe conforme a suas obras, ou seja, cada um deve satisfazer as dívidas pelas quais se vê responsável diante de Deus.
Esses débitos, no entanto, diferem grandemente em qualidade. Alguns os acumularam durante toda uma vida, a ponto de atingirem os dez mil talentos do Evangelho, ou seja, milhões e dezenas de milhões; outros, porém, contraíram pouco a pagar, ou seja, devem aqueles poucos tostões que não foram expiados na terra.
Purgatório: um Inferno temporário, uma live com Anderson Reis
O mesmo fogo, diz São Gregório Magno, que atormenta os condenados, purifica os eleitos (cf. In Ps. 37). “Quase todos os teólogos”, escreve S. Roberto Belarmino, “ensinam que os réprobos e as almas no Purgatório sofrem a ação do mesmo fogo” (De Purgat., II, 6). Deve-se ter como certo, diz o mesmo Belarmino (cf. De Gemitu Columbæ, II, 9), que não há proporção entre os sofrimentos da vida presente e os do Purgatório. Ou seja, se tivéssemos a noção do tamanho dos sofrimentos no Purgatório, teríamos vergonha de reclamar de nossos pequenos sofrimentos na terra.
Se você quiser se aprofundar um pouco mais neste assunto, recomendo que assista a excelente live de Anderson Reis a seguir:
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