Em tempos de muitas dúvidas e falta de clareza, é fundamental conhecermos a nossa fé para não sermos confundidos. Para isso, é necessário que rezemos e estudemos a doutrina da Igreja. Com o auxílio do Catecismo da Igreja Católica, que traz respostas para as principais questões do catolicismo, vamos refletir sobre como a Lei de Moisés prepara o povo de Deus para a vinda do Salvador prometido.

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A Lei de Moisés prepara o povo de Deus para a vinda do Salvador prometido

O Catecismo da Igreja Católica¹, no parágrafo 62, ensina: “Depois dos patriarcas, Deus formou Israel como seu povo, o salvando da escravidão do Egito. Fez com ele a Aliança do Sinai e deu-lhe, por intermédio de Moisés, sua Lei, para que o reconhecesse e o servisse como o único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e juiz justo, e para que esperasse o Salvador prometido”.²

O trecho do Catecismo que vamos meditar hoje é um resumo profundo e rico da história da salvação de Israel, que pode ser explorado de diversas maneiras. Este trecho destaca a ação divina na formação do povo escolhido, desde a libertação da escravidão no Egito até a entrega da Lei no Monte Sinai.

Primeiramente, a libertação do Egito é um ato de redenção que marca a transformação de um grupo de escravos em uma nação livre, um povo com uma identidade própria. Tal libertação não é apenas física, mas também espiritual, pois Deus resgata Israel para ser Seu povo, para viver em comunhão com Ele e refletir Sua santidade no mundo.

A Aliança do Sinai é outro ponto central. Ao fazer esta aliança, Deus se compromete com Israel de uma maneira especial, estabelecendo um relacionamento que é tanto legal quanto profundamente pessoal. A entrega da Lei através de Moisés não é meramente um conjunto de regras, mas uma revelação do caráter de Deus e uma orientação para viver em harmonia com Ele e entre si. A Lei serve como um espelho, refletindo a justiça, a santidade e a providência de Deus, enquanto também destaca a necessidade de um relacionamento fiel e obediente com Ele.

O reconhecimento e o serviço ao “único Deus vivo e verdadeiro” implica uma rejeição das falsas divindades e ídolos, comuns naquela época, e um compromisso com a verdade revelada. Deus se revela não apenas como Criador e Senhor, mas também como Pai providente e juiz justo, oferecendo orientação, proteção e justiça ao Seu povo.

Por fim, a esperança no “Salvador prometido” aponta para a dimensão escatológica da fé de Israel. Toda a Lei e os profetas convergem para a promessa de um Messias, um Salvador que cumprirá e superará todas as expectativas de libertação, não só do cativeiro físico, mas do pecado e da morte. Esta esperança mantém viva a fé e a expectativa de Israel, preparando o caminho para a plenitude dos tempos em que Deus enviaria Seu Filho, Jesus Cristo, para realizar a redenção definitiva.

Estudamos hoje um parágrafo do catecismo que resume a jornada de Israel desde a escravidão até a esperança messiânica, revelando um Deus que é ao mesmo tempo libertador, legislador, pai e juiz. É uma narrativa que continua a inspirar e guiar os fiéis, lembrando-nos de que, através da história e das alianças, Deus está constantemente chamando a humanidade para um relacionamento de amor, justiça e esperança.

• Estude os outros parágrafos do  Catecismo da Igreja Católica aqui: Catecismo da Igreja Católica com comentários e reflexões.

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Referências:

1. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Novíssima edição de acordo com o texto oficial em latim. 4. Ed. São Paulo: Loyola, 2017.

2. DV, 3: AAS 58 (1966) 818.