Existe um meio fácil de afundar-se em escolhas que tornam-se motivo de infelicidade e conduz o ser humano ao completo desespero. Existe um caminho fácil para a infelicidade e é assustador perceber que grande parte da humanidade tem optado por ele. Precisamos refletir sobre essa realidade e seus efeitos para que você evite este erro na sua vida e seja feliz.

• Veja também: Ninguém mais assume seus erros? Negar a culpa é negar a própria cura, ensina Venerável Fulton Sheen.

Onde está o erro que nos torna infelizes?

Deus nos presenteia com dons maravilhosos e permite prazeres lícitos, que enchem a alma de alegria plena. Quando coisas boas são vividas da maneira correta, temos uma sensação de preenchimento e tudo faz sentido, entretanto, existe uma maneira ilícita de viver que nos destrói.

Venerável Fulton Sheen, no livro A paz da alma, disse: “Nossos instintos e nossas paixões são dons de Deus; o pecado está em sua perversão. O pecado não está na fome, mas na gula. O pecado não está na busca por segurança econômica, mas na avareza. O pecado não está na bebida, mas na embriaguez. O pecado não está na recreação, mas na preguiça. O pecado não está no amor ou no uso da carne, mas na luxúria, que é sua perversão. Assim como a sujeira é matéria no lugar errado, o sexo pode ser a carne no lugar errado”.

A frase nos convida a uma profunda reflexão sobre a nossa natureza humana e a relação entre nossos instintos e a moralidade cristã. Ao reconhecermos os nossos dons naturais e utilizá-los de forma equilibrada e ordenada, podemos viver uma vida plena e virtuosa, em harmonia com os ensinamentos da Igreja Católica. A analogia da sujeira como “matéria no lugar errado” é bastante ilustrativa. Assim como a sujeira fora do lugar adequado causa incômodo e mal-estar, a utilização desordenada dos nossos instintos naturais gera desequilíbrio, sofrimento e distanciamento de Deus. É evidente que as pessoas estão tristes exatamente porque estão buscando a alegria da maneira errada, você percebe?

O pecado nunca deixará de ser pecado

No mesmo livro, Venerável Fulton Sheen diz: “Os pecados não se tornam virtudes por serem amplamente praticados. O certo ainda é certo mesmo que ninguém esteja certo, e o errado é errado mesmo se todos estiverem errados”.

Sheen acertadamente afirma que nossos instintos e paixões são, em si mesmos, dons de Deus. A fome, o desejo por segurança, a busca por prazer e a sexualidade são aspectos inerentes à natureza humana, criados por Deus para nossa subsistência, bem-estar e procriação. O problema reside na perversão desses dons, quando os utilizamos de forma desordenada e contrária ao seu propósito original. Tais perversões são más em si mesmas e não deixarão de ser, mesmo que a maioria da população mundial esteja afundada nos mesmos erros.

A afirmação, carregada de sabedoria e convicção, encontra eco nos ensinamentos de diversos santos católicos, como Santo Tomás de Aquino, que enfatizava a importância da lei natural como guia moral, mesmo que ela vá contra o que a maioria esteja fazendo. Ou seja, mesmo que o mundo tente empurrar todas as ideologias, as pessoas que vivem em tais erros nunca encontrarão a felicidade plena, pois Deus plantou no íntimo de cada ser a semente da lei natural, a essência do que foi criado para ser o que é. Manipular a ordem natural das coisas significa criar aberrações e gerar o caos.

Onde está a felicidade?

Em outro trecho de A paz da alma, Venerável Fulton Sheen, afirma: “Todo amor, toda perfeição e toda felicidade estão primeiro em Deus, depois nas coisas. Quanto mais próximas as criaturas, como os anjos e os santos, chegam de Deus, mais felizes são; quanto mais longe, menos podem revelar as obras da Divindade”.

Essa citação nos convida a mergulhar em uma jornada espiritual em busca da verdadeira felicidade. Sheen nos ensina que o amor, a perfeição e a felicidade não se encontram nas coisas materiais ou nas conquistas mundanas, mas sim em Deus, a fonte de todo o bem. As criaturas que se aproximam mais de Deus, como os anjos e os santos, experimentam uma felicidade profunda e autêntica, pois se banham na luz da santidade divina. Já aqueles que se afastam de Deus, buscando felicidade nas coisas terrenas, encontram apenas frustração e vazio.

A busca pela felicidade genuína exige, portanto, um movimento de conversão do nosso olhar. Precisamos transcender a busca por prazeres efêmeros e direcionar nossos corações para Deus, fonte inesgotável de amor, perfeição e alegria.

Reflexão:

• Onde você busca a sua felicidade?
• O que te motiva a levantar da cama todas as manhãs?
• Quais são as coisas que te trazem alegria duradoura?

Convido você a fazer uma reflexão profunda sobre essas perguntas. Permita que a sabedoria de Venerável Fulton Sheen te guie em sua jornada em busca da verdadeira felicidade, aquela que só pode ser encontrada em Deus. Lembre-se: Deus te ama e deseja te ver feliz. Abrace o Seu amor e permita que Ele seja a luz que ilumina o seu caminho.

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Referências:

SHEEN, F. J. A Paz da Alma. 1ª Ed. São Paulo: Molokai, 2022.