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Como distinguir o bem do mal? Nicolas Berdyaev nos dá dicas valiosas - Altair Fonseca
Como distinguir o bem do mal?
Reflexões e Meditações

Como distinguir o bem do mal? Nicolas Berdyaev nos dá dicas valiosas

Nicolas Alexandrovich Berdyaev (1874-1948) foi um filósofo e teólogo russo, considerado um dos mais importantes pensadores religiosos do século XX. Sua obra, marcada por um profundo personalismo e existencialismo cristão, explorou temas como a liberdade humana, o significado da história, a natureza do bem e do mal, e a relação entre fé e razão. A seguir, refletiremos com ele sobre como distinguir o que nos aprisiona e o que nos liberta.

Como distinguir o bem do mal?

Nicolas Berdyaev, em seu livro The destiny of man, refletiu sobre como perceber quando uma ação é boa ou má:

“Quando uma pessoa desfruta da satisfação de sua ganância ou vaidade, deveria ela sentir o veneno e lembrar-se do pecado original. Entretanto, quando desfruta de um ato criativo que revela a verdade ou cria beleza ou irradia amor a um semelhante, a pessoa recorda do paraíso. Todo deleite relacionado à luxúria está envenenado e lembra o pecado original. Todo deleite livre de luxúria e conectado a um amor de valores objetivos é uma lembrança ou um antegozo do paraíso e liberta das amarras do pecado”.

No trecho da obra citada, Berdyaev nos convida a uma profunda reflexão sobre a natureza do bem e do mal, utilizando a experiência do deleite como guia. Através de sua análise, podemos identificar duas categorias distintas de prazer:

1. Deleite envenenado, que conduz ao mal:

  • Origem: Ganância, vaidade e luxúria.
  • Sabor: Amargo, tóxico e passageiro.
  • Consequência: Aprisiona no pecado, afastando-nos de Deus e da verdadeira felicidade.

2. Deleite puro, que conduz ao bem:

  • Origem: Atos criativos, revelação da verdade, criação da beleza e amor ao próximo.
  • Sabor: Doce, autêntico e duradouro.
  • Consequência: Traz à memória o Paraíso e nos liberta das amarras do pecado, aproximando-nos de Deus e da plenitude da vida.
Nicolas Berdyaev e a diferença entre a prisão e a liberdade
Nicolas Berdyaev e a diferença entre a prisão e a liberdade

Busquemos o amor verdadeiro

No mesmo livro, Berdyaev fala ainda sobre o amor verdadeiro: “O amor verdadeiro doa força à pessoa amada, ao passo que o amor luxurioso absorve “vampiricamente” a força da outra pessoa”.

A visão de Berdyaev está de acordo com a fé católica, que também reconhece a dualidade do prazer humano. A teologia moral nos ensina que nossas ações e escolhas têm consequências eternas, moldando nosso destino final. O autor russo nos oferece um valioso instrumento para discernirmos entre o bem e o mal: a qualidade do nosso deleite. Ao analisarmos a natureza do prazer que experimentamos, podemos identificar se ele nos aproxima ou nos afasta de Deus.

Nicolas Berdyaev sobre o amor verdadeiro
Nicolas Berdyaev sobre o amor verdadeiro

A fé católica nos convida a buscar a felicidade genuína, aquela que brota do amor a Deus e ao próximo. Essa felicidade não se encontra nos prazeres efêmeros e egoístas, mas sim nas ações que nos elevam espiritualmente e nos conectam ao Criador.

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Referências:

BERDYAEV, N. The destiny of man. New York: Charles Scribner’s Sons, 1937.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001