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Muitos católicos estão adoecendo e Padre Paulo Ricardo chama para uma conversa franca e importante

Católicos estão adoecendo

Católicos estão adoecendo

Talvez pressionados por uma suposta “bolha católica”, muitos estão obcecados em viver um catolicismo de manual, marcando suas conquistas em um checklist. Este modelo ideal acaba tornando-se um fardo pesado demais para alguns que começam a adoecer, já que assumem o que é periférico como inegociável, como se todos os mínimos detalhes de um certo modo de viver fossem um dogma de fé.

Por que muitos católicos estão adoecendo?

Tentando não cair no relativismo moral e nas ideias heréticas de alguns que se dizem católicos mas, na verdade, só se utilizam da Igreja para alcançar seus interesses, muitas pessoas esforçam-se para viver a fé católica de sempre, sendo fiéis aos ensinamentos da Igreja nos diversos âmbitos da vida. No entanto, cada vez mais, esses que buscam ser fiéis acabam adoecendo, pois, de um lado, sentem-se esmagados por suas limitações circunstanciais (família, filhos, emprego, pressão social…) e, de outro, são desestimulados, ou até punidos, por aqueles que deveriam incentivá-los a ser verdadeiramente católicos. Mas como superar isso? Como não adoecer num mundo em que as instituições estão de ponta-cabeça e a orfandade espiritual tornou-se regra? Essas e outras perguntas foram respondidas pelo Padre Paulo Ricardo na aula aberta que você confere a seguir.

Por que muitos católicos estão adoecendo?

O catolicismo autêntico não é uma mera coleção de regras ou um checklist de práticas. Embora a doutrina católica ofereça diretrizes e orientações essenciais para a vida cristã, ela nos chama antes de tudo a um relacionamento vivo com Deus, enraizado no amor e na liberdade que Cristo conquistou para nós. A “bolha católica” que muitos experimentam ao tentar cumprir rigorosamente uma lista de práticas pode levar à falsa sensação de que o valor de sua fé está condicionado a atos e detalhes periféricos, quando, na verdade, a fé se fundamenta na graça de Deus e na busca sincera pela santidade, através de uma vida de oração e caridade.

A doutrina católica, quando vivida em espírito de liberdade e amor, ensina que o centro da fé é Cristo, e, por isso, a relação com Ele deve ser o eixo de nossas práticas. Assim, é possível ver o valor das orações, dos sacramentos e da moral, mas sem cair na armadilha do rigorismo que pode sufocar a alma. A Igreja nos recorda, especialmente através de São Paulo, que “é para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Ele veio nos dar uma vida em abundância (Jo 10,10), e isso não é encontrado em formalismos, mas em uma caminhada pessoal com Deus, buscando a virtude e o amor como princípios fundamentais.

É essencial distinguir o que é central e inegociável no catolicismo, como o Credo, os sacramentos e os mandamentos, dos detalhes culturais ou devocionais que, embora enriquecedores, não são dogmas de fé. Ao colocar pesos excessivos sobre si, muitos acabam se sentindo sobrecarregados e podem se afastar da experiência verdadeira de Cristo. Jesus mesmo criticou a tendência de transformar a fé em um peso insuportável, como lembra o Evangelho de Mateus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei… porque meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Assim, é fundamental evitar um catolicismo de aparência e checklist, e buscar uma prática espiritual que seja integral e curativa. Como ensina Santo Tomás de Aquino, a caridade é o princípio que ordena toda a vida cristã, e ela deve nortear nosso coração para que vivamos cada prática religiosa como um ato de amor, e não como um peso. Esse caminho de amor e liberdade nos transforma, pois a santidade é algo que se constrói com paciência e confiança em Deus, sem ansiedade ou cobranças exageradas.

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Referências:

AZEVEDO JUNIOR, P. R. Por que muitos católicos estão adoecendo? Padre Paulo Ricardo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O15EjheHvmY. Acesso em: 31 de outubro de 2024.

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