Somente Deus sonda os corações e só Ele pode julgar cada um de nós conforme o nosso procedimento. Dessa forma, você e eu não devemos nos colocar no lugar de Deus pensando que somos donos da razão. Quando se trata de julgar os padres, os fiéis devem redobrar a atenção. Aliás, Deus Pai revelou a Santa Catarina de Sena, no livro O Diálogo, que cabe a Ele fazer justiça aos padres que causam escândalos.
Será que existem almas de padres no Purgatório?
Você sabia que rezar pelas almas do Purgatório é um gesto de caridade? E você já se perguntou se existem almas de padres no Purgatório? O pequeno recorte a seguir faz parte do momento de oração do Santo Terço que rezo diariamente em meu canal no YouTube. Inscreva-se no canal para rezarmos todos os dias. Assista o trecho a seguir e vamos refletir juntos.
O Catecismo da Igreja Católica (1030), ensina o seguinte: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu”.
Se a quem muito foi dado muito será cobrado, é natural que Deus faça justiça a todos os padres, retribuindo santos sacerdotes com o céu; permitindo que aqueles que deixaram a desejar em algum ponto passem pelo Purgatório; enfim, entregando à condenação eterna os que causaram escândalos e morreram na infidelidade.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina sobre o mistério do purgatório, um tema que, ao mesmo tempo envolve a justiça divina e revela a infinita misericórdia de Deus. A doutrina do purgatório é um testemunho de que Deus não apenas deseja a nossa salvação, mas também a nossa completa purificação e santificação.
A frase “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados” nos lembra que, embora possamos morrer em estado de graça, ainda podemos carregar imperfeições e apegos ao pecado que precisam ser purificados antes de entrarmos na plena comunhão com Deus. Esta purificação é uma expressão do amor de Deus, que deseja que sejamos plenamente santificados, capazes de ver a Deus “face a face” (1 Cor 13,12) e participar da Sua glória no Céu.
O sofrimento desta purificação, embora temporário, é um sinal do valor que a santidade tem para Deus. No purgatório, as almas são preparadas para a perfeita comunhão com o Senhor, sendo curadas das consequências do pecado, como o apego desordenado às coisas terrenas. Este processo de purificação é, portanto, um ato de amor, onde Deus, como um Pai amoroso, nos torna dignos de Sua presença.
O purgatório também nos lembra da importância de vivermos uma vida de constante conversão e busca pela santidade aqui na terra. Ao reconhecermos que ainda podemos carregar imperfeições, somos chamados a nos arrepender e buscar a transformação de nossa vida diária, para que possamos nos apresentar a Deus cada vez mais purificados.
Além disso, a doutrina do purgatório nos ensina sobre a comunhão dos santos, onde as orações, sacrifícios e Missas oferecidas pelos fiéis na terra têm o poder de ajudar as almas no purgatório em sua jornada para o céu. Este vínculo entre a Igreja militante (nós na terra), a Igreja padecente (as almas no purgatório) e a Igreja triunfante (os santos no céu) é uma expressão concreta da caridade cristã e da unidade do Corpo de Cristo.
Portanto, refletir sobre o ensinamento do Catecismo nos convida a abraçar a vida de santidade, a rezar pelos nossos irmãos e irmãs falecidos e a confiar na infinita misericórdia de Deus, que nos prepara para a plena alegria do céu, onde experimentaremos a comunhão eterna com Ele.
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Referências:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução Ave-Maria. 104ª ed. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2011.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Novíssima edição de acordo com o texto oficial em latim. 4. Ed. São Paulo: Loyola, 2017.
CONCÍLIO DE TRENTO. Sessão 6, Decreto sobre a Justificação, cap. 30. In: DENZINGER, Heinrich. Enchiridion Symbolorum, Definitionum et Declarationum de Rebus Fidei et Morum. Freiburg: Herder, 1957. p. 637-638.
FONSECA, A. O. Padres no Purgatório? Altair Fonseca. Disponível em: https://www.youtube.com/shorts/3xbBtJr4KRc. Acesso em: 12 de agosto de 2024.
PAPA JOÃO PAULO II. Encíclica Redemptoris Mater. São Paulo: Paulinas, 1987.