Terço e outras orações repetitivas não possuem eficácia?
Afinal, qual o sentido de orações repetitivas como o Terço? Muitos protestantes acusam os católicos de ficarem repetindo palavras como papagaios que não prestam atenção no que falam e apenas reproduzem determinado som. Será que esses ataques têm fundamento? No vídeo a seguir, que é um corte do programa Lente Católica, professor Raphael Tonon explica o sentido dessas orações.
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Orações repetitivas não possuem eficácia?
São Josemaría Escrivá, no Prólogo do livro Santo Rosário, disse: “Mas no Rosário… dizemos sempre o mesmo! – Sempre o mesmo? E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?… Se há monotonia no teu Rosário, não será porque, em vez de pronunciares palavras como homem, emites sons como animal, enquanto o teu pensamento anda muito longe de Deus? – Além disso, repara: antes de cada dezena, indica-se o mistério que se vai contemplar. Tu… já alguma vez contemplaste estes mistérios?”.
São Josemaría Escrivá, nos desafia a refletir sobre a profundidade e a intenção por trás de nossas orações, especialmente ao rezar o Rosário. Ele reconhece uma preocupação comum: a repetição constante das mesmas palavras. No entanto, ele transforma essa preocupação em uma oportunidade de introspecção.
A frase “Sempre o mesmo? E não dizem sempre a mesma coisa os que se amam?” nos lembra que a repetição, quando feita com amor e devoção, é um ato profundo e significativo. Comparando com as expressões de afeto entre aqueles que se amam, Escrivá sugere que a repetição das orações deve ser vista como uma expressão contínua de amor e fidelidade a Deus e à Virgem Maria.
A crítica à monotonia no Rosário — “Se há monotonia no teu Rosário, não será porque, em vez de pronunciares palavras como homem, emites sons como animal, enquanto o teu pensamento anda muito longe de Deus?” — é um chamado à consciência. Escrivá nos alerta contra a recitação mecânica e sem alma das orações. Ele nos encoraja a pronunciar cada palavra com intenção e presença, mantendo nossos pensamentos focados em Deus.
Finalmente, ele nos lembra da importância da contemplação dos mistérios do Rosário: “antes de cada dezena, indica-se o mistério que se vai contemplar. Tu… já alguma vez contemplaste estes mistérios?” Essa pergunta retórica nos convida a mergulhar mais profundamente na meditação dos mistérios da vida de Cristo e de Maria. Não basta recitar as orações; devemos contemplar os mistérios com todo o nosso coração e mente, permitindo que a oração nos transforme.
Essa reflexão nos chama a vivenciar o Rosário não apenas como uma série de repetições, mas como um caminho de amor, presença e contemplação, onde cada Ave-Maria é um passo mais próximo de Deus.
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Referências:
ESCRIVÁ, J. Santo Rosário, Prólogo e notas introdutórias. Escrivá.org. https://escriva.org/pt-br/santo-rosario/intro/prologo-e-notas-introdutorias/. Acesso em: 25 de julho de 2024.
TONON, R. Qual o SENTIDO de rezar o TERÇO? | Prof. Raphael Tonon – Cortes Lente Católica (EP3/3). Comunidade Católica Pantokrator. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=05svAUq0tic. Acesso em: 25 de julho de 2024.