Quem tira a própria vida vai direto para o Inferno? A resposta da Igreja Católica sobre o suicídio
O Catecismo da Igreja Católica (2280-2283) ensina que o suicídio é objetivamente grave, mas também afirma que Deus pode tratar misericordiosamente aqueles que cometem esse ato, levando em conta seu estado mental e emocional, assim como outras circunstâncias atenuantes. Precisamos entender essa realidade com mais profundidade para ajudar as famílias que passam pelo drama das pessoas que atentam contra a própria vida.
- Veja também: Ele tentou enganar Padre Pio na Confissão e deu nisso.
Qual é o tamanho do problema?
Antes de tudo, precisamos entender o tamanho do problema quando falamos em suicídio. Os dados a seguir são do Governo Federal, por meio do SUS.
A depressão afeta cerca de 15,5% da população brasileira ao longo da vida, segundo um estudo epidemiológico. Na rede de atenção primária, a prevalência é de 10,4%. Entre os fatores de risco estão histórico familiar, estresse crônico, transtornos psiquiátricos correlatos, e dependência de álcool e drogas.
A ansiedade afeta aproximadamente 18,6 milhões de brasileiros. Durante a pandemia, houve um aumento significativo nos casos de transtornos mentais, com muitos brasileiros relatando fadiga pandêmica e definhamento, que são condições de estresse e esgotamento prolongados que podem evoluir para ansiedade e depressão.
Dados de 2023 indicam que os índices de suicídio também são alarmantes. O suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. A taxa de suicídio no Brasil é de 6,1 por 100 mil habitantes, com uma prevalência maior entre homens. O Ministério da Saúde tem implementado políticas para a prevenção, como a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, que inclui a capacitação de profissionais de saúde para identificar e intervir em casos de risco.
Esses dados iniciais, assim como o testemunho de pessoas com histórico de suicídio na família me levaram a fazer uma live especial, com um estudo aprofundado sobre o tema. Assista a seguir:
Oração para afastar os pensamentos suicidas
Deus onipotente,
que socorreis os desolados
e confortais os prisioneiros,
vede minha aflição
e manifestai vosso poder
para auxiliar-me.
Vencei o detestável inimigo
e fazei que, superada a presença do adversário,
eu possa recuperar a paz e a liberdade.
Assim, servindo-vos com sincera piedade,
possa confessar que Vós sois admirável
e manifestar a grandeza das vossas obras.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.
A misericórdia de Deus é eterna
A frase de Jesus a Santa Faustina, no Diário, número 1485, nos ajuda a refletir sobre a imensidão da misericórdia de Deus:
“Minha misericórdia é maior que as tuas misérias e as do mundo inteiro. Quem pode medir a minha bondade? Por ti desci do céu à terra; por ti permiti que me pregassem na cruz; por ti deixei que abrisse o meu sacratíssimo Coração e para ti abri a fonte da misericórdia”.
Para aqueles que tiraram a própria vida, muitas vezes sob a pressão de um sofrimento insuportável, a misericórdia de Deus se torna ainda mais relevante. A Igreja nos ensina a confiar na infinita compaixão de Deus e a interceder por essas almas, reconhecendo que só Ele conhece completamente os corações e as circunstâncias que levaram a tais atos. Podemos, sim, colocar suas almas nas intenções das Santas Missas, momentos de adoração, na oração do Rosário e oferecer penitências, confiando que Deus, em sua bondade infinita, acolhe nossas orações e súplicas.
A afirmação de Jesus, “Quem pode medir a minha bondade?”, nos desafia a abandonar nossos julgamentos humanos limitados e confiar plenamente no amor e na misericórdia divina. Jesus desceu do céu à terra, foi pregado na cruz e abriu seu sacratíssimo Coração para nos oferecer a fonte da misericórdia. Isso nos lembra que a redenção e a salvação são possíveis para todos, independentemente de quão grande seja a miséria ou o desespero que tenham enfrentado.
Nos momentos de oração e intercessão por aqueles que tiraram a própria vida, somos chamados a ser instrumentos da misericórdia de Deus, oferecendo nossas preces com um coração cheio de compaixão e esperança. A oração do Rosário, por exemplo, nos conecta com Maria, Mãe da Misericórdia, que intercede por nós junto ao seu Filho. A Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã, nos une ao sacrifício redentor de Cristo, permitindo-nos oferecer nossas intenções por todos os que necessitam da misericórdia divina.
Em resumo, a reflexão sobre a misericórdia de Deus nos lembra que não há limite para o amor e o perdão de Deus. Somos convidados a confiar na sua bondade infinita e a perseverar na oração e na intercessão por todas as almas, especialmente aquelas que mais precisam da misericórdia divina. Que possamos ser testemunhas vivas desse amor misericordioso em nossas vidas e na vida daqueles ao nosso redor.
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Referências:
ALETEIA VATICANO. Orações para rezar quando há risco de suicídio. Aleteia. Disponível em: https://pt.aleteia.org/2014/11/17/oracoes-para-rezar-quando-ha-risco-de-suicidio. Acesso em: 19 de julho de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Depressão. Disponível em: www.gov.br/saude/. Acesso em: 19 de julho de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Informe sobre evidências clínicas – Depressão e Ansiedade. Disponível em: www.gov.br/saude/. Acesso em: 19 de julho de 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Realidade imposta pela pandemia pode gerar transtornos mentais e agravar quadros existentes. Disponível em: www.gov.br/saude/. Acesso em: 19 de julho de 2024.
FONSECA, A. O. Quem tira a própria vida vai direto para o Inferno? Altair Fonseca. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xxA92chHWfU. Acesso em: 22 de julho de 2024.
KOWALSKA, M. F. Diário de Santa Faustina: A Misericórdia Divina na Minha Alma. Editora Apostolado da Divina Misericórdia, 2016.