A grama do vizinho é sempre mais verde? Pedro Augusto te ajuda a se libertar de algo tóxico
Será que a grama do vizinho é sempre mais verde? Com as redes sociais, cada vez mais pessoas vivem em função da vida dos outros e adoecem projetando uma perfeição e felicidade inalcançáveis. Precisamos refletir sobre isso com mais profundidade.
A grama do vizinho é sempre mais verde?
“A grama do vizinho é sempre mais verde”. Certamente você já ouviu essa frase, mas será que ela é verdadeira? Basta pensarmos um pouco para percebermos que ela não é sobre a grama (ou seja, a vida do próximo), mas sobre nós mesmos. O plano de fundo dessa expressão é a nossa realidade. Se achamos que a grama do vizinho é mais verde, isso tem a ver com a percepção que temos do nosso próprio “jardim”. Você já tinha pensado nisso?
Esse comportamento é muito comum, e pode se manifestar em diversos aspectos da nossa vida, como no trabalho, nas relações pessoais, na forma como lidamos com os bens materiais, dentre outras realidades. Tudo isso evidencia que, no que diz respeito à maturidade, ainda temos um bom caminho a percorrer. Afinal, uma pessoa madura é aquela que está bem instalada na realidade, que a entende sem distorções e não se sente injustiçada por tudo e todos. E é sobre esse assunto que o professor e palestrante Pedro Augusto conversou com o pessoal da Minha Biblioteca Católica no 40º episódio do Tertúlia Podcast. Assista na íntegra a seguir:
É preciso ser forte para ser misericordioso
Pedro Augusto, em participação no Tertúlia Podcast, disse: “Como é que você vai ser misericordioso, ou seja, como é que você vai suportar a miséria do outro se você é fraco? Porque se você vai suportar a miséria do outro, meu filho, você tem que carregar dois pesos: a sua miséria e a da outra pessoa. Se você é fraco a misericórdia é uma impossibilidade. O fraco não tem misericórdia, ele fica ressentido com a fraqueza do outro”.
Essa frase nos desafia a refletir sobre a verdadeira essência da misericórdia cristã. Na vida cristã, somos chamados a imitar Jesus, que carregou as misérias de todos nós na cruz. Para sermos misericordiosos, precisamos primeiro reconhecer e aceitar nossas próprias fraquezas e misérias. A humildade é essencial, pois só quem é humilde consegue se aproximar do sofrimento alheio com compaixão.
A misericórdia, portanto, não é apenas um ato de bondade, mas uma verdadeira força espiritual. É preciso ser forte para não se deixar abater pelas dificuldades dos outros e, ao mesmo tempo, continuar a ser um apoio. Essa força não vem de nós mesmos, mas da graça de Deus. Quando nos unimos a Cristo e confiamos na Sua força, somos capazes de carregar não apenas nossos próprios fardos, mas também ajudar os outros a carregar os deles.
São Paulo nos lembra em sua segunda carta aos Coríntios: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,10). Isso porque é na nossa fraqueza que a força de Deus se manifesta. Portanto, ser misericordioso é reconhecer nossa dependência de Deus, permitindo que Sua graça nos fortaleça para suportar nossas misérias e as dos nossos irmãos.
Em resumo, a verdadeira misericórdia é um caminho de humildade e força, onde permitimos que o amor de Deus transforme nossas fraquezas em oportunidades para amar e servir. Assim, podemos suportar as misérias do próximo, não com ressentimento, mas com o coração de Cristo.
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Referências:
AUGUSTO, P. A GRAMA DO VIZINHO É SEMPRE MAIS VERDE. Com Pedro Augusto – Tertúlia Podcast #40. Tertúlia. Disponível em: https://youtu.be/wtyTyXNJmeQ?si=jPzMQZCUcw2-8XRE. Acesso em: 3 de julho de 2024.
