Surpreendido pela Polícia Federal com um mandado de busca e apreensão em sua residência, padre José Eduardo é investigado na operação Tempus Veritatis. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, o sacerdote assessorava na elaboração de minutas de decretos jurídicos e doutrinários para a tentativa de um golpe antidemocrático em janeiro de 2023. O padre terá que cumprir medidas cautelares como entrega de passaporte em 24h e proibição de contato com outros investigados. Vamos analisar a questão a seguir.
- Veja também: Padre José Eduardo alerta que se Jesus não for o seu “big brother” as coisas podem ficar feias para o seu lado.
Cobertura da mídia
Com destaque para a Rede Globo e a massa de órgãos da grande mídia, mesmo com as informações em fase inicial, o que verificamos foi uma avalanche de notícias em tom pejorativo, menosprezando a posição do sacerdote em defender a doutrina moral. Muito diferente é o tratamento dos mesmos veículos de comunicação ao liberal padre Júlio Lancellotti, acusado de graves crimes de ordem sexual, mas protegido e blindado pela mídia.
Nos dois casos, a posição de todo fiel católico deve ser a oração pelos sacerdotes e o desejo de que a verdade seja esclarecida. O que transparece de toda a cobertura e a perseguição seletiva a quem pensa diferente, é a ameaça de que o Brasil possa sofrer com uma escalada totalitária que começou da mesma forma em países que foram destruídos pelo comunismo. Vigiemos e rezemos!
Com serenidade e sabedoria, padre José Eduardo publicou a seguinte nota em seu Instagram:
Nota de esclarecimento
“Para tranquilizar os fiéis, os amigos e o público em geral, que demonstrou preocupação pela notícia veiculada no noticiário nacional, indicando ter havido busca e apreensão em minha residência, venho a público esclarecer o que se segue.
Agradeço, primeiramente, pelas diversas manifestações de carinho e preocupação, sobretudo pelas orações.
Na manhã do dia 8 de fevereiro, recebi a visita de agendes da Polícia Federal na Igreja onde resido e celebro diariamente a Santa Missa, apresentando-me mandato de busca e apreensão de meu passaporte, celular e computador; mandato este expedido nas investigações do ‘inquérito dos atos antidemocráticos’.
Esclareço que os policiais foram extremamente respeitosos e técnicos, explicando-me que estavam cumprindo ordens. Agradeço à Polícia Federal pelo respeito e decoro com que me trataram e também aos meus pertences.
Como é de conhecimento de todos, sou padre e professor universitário, dedico minha vida ao exercício do sacerdócio e do magistério, especialmente nas áreas de filosofia e teologia, na qual sou doutor.
Como sacerdote católico, tenho a vida voltada para o atendimento ao público em geral. Sou pároco de uma pequena Igreja na periferia de São Paulo, na cidade de Osasco, e, no último dia 4 de fevereiro, completei 18 anos de ministério sacerdotal.
Desde minha ordenação, minha atividade ministerial sempre foi desempenhada dentro dos limites previstos para o exercício do sacerdócio: administração dos sacramentos, pregação, atendimento de confissão e direção espiritual, oração e bênção para aqueles que precisam de auxílio.
Como padre católico, atendo diversas pessoas. Sou chamado para auxílio espiritual não apenas dos frequentadores da minha paróquia, mas também de todos aqueles de alhures que espontaneamente me procuram com assuntos dos mais variados temas. Como é meu dever, preservo a privacidade de todos eles, visto que os dilemas que me apresentam são sempre de foro interno.
Em relação ao referido ‘inquérito dos atos antidemocráticos’, minha posição sobre o assunto é clara e inequívoca: a República é laica e regida pelos preceitos constitucionais, que devem ser respeitados. Romper com a ordem estabelecida seria profundamente contrário aos meus princípios. Abaixo de Deus, em nosso país, está a Constituição Federal. Portanto, não cooperei nem endossei qualquer ato disruptivo da Constituição. Como professor de teologia moral, sempre ensinei que a lei positiva deve ser obedecida pelos fiéis, dentre os quais humildemente me incluo.
Estou inteiramente à disposição da justiça brasileira para qualquer eventual esclarecimento, recordando o dever de toda a sociedade de combater qualquer tipo de intolerância religiosa.
A única missão na minha vida é o meu trabalho sacerdotal. Por isso, preciso de um ‘tradutor’ que me faça compreender os passos jurídicos decorrentes desta inusitada e inesperada situação e que me ajude a atender com precisão os pedidos do Poder Judiciário.
Por isso, constituo meu ‘tradutor’ o Dr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal, advogado, que saberá dar respostas jurídicas pertinentes ao assunto. Ainda não obtivemos acesso aos autos, o qual esperamos obter nos próximos dias.
Como sacerdote, pretendo continuar meu ofício religioso, portanto, toda e qualquer comunicação sobre o assunto pode ser direcionada diretamente ao meu ‘tradutor’.
Espero que tudo seja esclarecido o mais rápido possível. Estou em oração, especialmente pela justiça brasileira, para que Deus os conduza sempre. Que Ele abençoe a todos!
Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva
Osasco, 8 de fevereiro de 2024, dia de Santa Josefina Bakkhita, padroeira dos escravos e intercessora dos sequestrados”.
Professor Rafael Brito analisa as acusações ao padre José Eduardo
No vídeo a seguir, com muita lucidez, professor Rafael Brito analisa as acusações e olha além das aparências nos processos contra padres que estão ocorrendo no Brasil. O professor fala também sobre o clima de insegurança que os verdadeiros católicos já vivem no país. Assista:
O que pode acontecer com o padre José Eduardo?
Preciso responder a pergunta que está no título deste conteúdo: o que pode acontecer com o padre José Eduardo? A resposta é: nada que Deus não permita acontece com os seus servos. Portanto, rezemos pelo padre José Eduardo e por todo o clero.
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Referências:
BRITO, R. URGENTE: PADRE JOSÉ EDUARDO É ALVO DE OPERAÇÃO DA POLICIA FEDERAL E DO STF I Rafael Brito. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iSt7npHLEk4>.
SILVA, J. E. O. Nota de Esclarecimento. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/C3GU2Epx7Gb/?img_index=1>. Acesso em: 8 de fevereiro de 2024.