A Igreja Católica vive momentos turbulentos e o papel dos fiéis é tomar conhecimento dos fatos a fim de rezar com mais intensidade, intercedendo pela vida e ministério do Papa e de todo o clero. A seguir, você vai entender o caso do padre que foi excomungado por chamar o Papa Francisco de “usurpador” em uma homilia.
Ao chamar o Papa Francisco de “usurpador”, padre italiano é excomungado
Ramon Guidetti, um sacerdote italiano, foi excomungado por seu bispo após dizer em uma homilia que o Papa Francisco “não é o Papa” e chamá-lo de “usurpador”. A diocese de Livorno, na Toscana, emitiu um decreto na segunda-feira (1) notificando os católicos de que o padre “cometeu publicamente um ato cismático” durante a missa e incorreu ipso facto em “excomunhão latae sententiae“, isto é, pelo próprio fato.
A diocese foi informada pelo bispo de Livorno, Dom Simone Giusti, que os católicos não devem assistir a nenhuma Missa celebrada pelo padre excomungado, pois também “incorrerão na gravíssima pena de excomunhão”.
Para fundamentar a decisão, o bispo citou o cânon 751 do Código de Direito Canônico, que diz o seguinte: “Diz-se heresia a negação pertinaz, depois de recebido o batismo, de alguma verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou ainda a dúvida pertinaz acerca da mesma; apostasia, o repúdio total da fé cristã; cisma, a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos”.
Um vídeo enviado ao YouTube mostra Guidetti chamando o papa Francisco de “usurpador” e “maçom” em uma homilia no domingo (31).
Na homilia, o padre negou que o papa Francisco tenha sido papa nos últimos dez anos. Guidetti, de 48 anos, era pároco da igreja de San Ranieri, em Livorno, desde 2017.
Segundo um jornal local de Livorno, o bispo se reuniu com Guidetti antes do Natal para discutir sua dissidência e prosseguiu com o decreto oficial de excomunhão após o ato público de cisma do padre no domingo (31).
O que é a excomunhão?
Pode-se definir a excomunhão como afastar uma pessoa batizada da comunhão dos fiéis da Igreja e do acesso aos sacramentos. A Enciclopédia Católica afirma que a excomunhão, “sendo uma pena, supõe a culpabilidade; e sendo a pena mais grave que a Igreja pode infligir, naturalmente supõe uma ofensa muito grave. É também uma pena medicinal em vez de vingativa, pois está destinada não tanto a castigar o culpado, mas para corrigi-lo e trazê-lo novamente ao caminho da retidão”.
Cometer ou contribuir para um aborto também gera a excomunhão
Vale aproveitar a oportunidade para uma catequese sobre o tema do aborto, que também é passível de excomunhão.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2272, ensina que: “A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canônica da excomunhão este delito contra a vida humana. Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito (‘effectu secuto’) incorre em excomunhão latae sententiae, isto é, pelo fato mesmo de se cometer o delito e nas condições previstas pelo Direito. A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade”.
Talvez essa pena não esteja sendo aplicada com tanto rigor como foi ao padre italiano, mas políticos que lutam publicamente pela aprovação do aborto deveriam ser também excomungados. Infelizmente, no Brasil, é muito comum ver esses políticos recebendo a Comunhão das mãos de padres que os apoiam e também deveriam ser punidos. Outro fato lamentável é a conduta do católico que apoia políticos que são abertamente a favor do assassinato de crianças no ventre de suas mães.
Rezemos para que a lei de Deus e as regras da Igreja sejam aplicadas igualmente a todos que cometem algum tipo de delito a fim de que se arrependam de suas faltas e mudem seu procedimento. Vale lembrar que, mesmo que a justiça humana falhe, todos nós receberemos a justa paga por todas as nossas ações. Isso não nos deveria causar temor e respeito a Deus?
Referências:
MARES, C. Padre italiano é excomungado por chamar o papa de ‘usurpador‘. Disponível em: <https://www.acidigital.com/noticia/57050/padre-italiano-e-excomungado-por-chamar-o-papa-de-usurpador> Acesso em: 4 de janeiro de 2024.
Código de Direito Canônico. Disponível em: <https://www.vatican.va/archive/cod-iuris-canonici/portuguese/codex-iuris-canonici_po.pdf> Acesso em: 4 de janeiro de 2024.
Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edição típica Vaticana, Loyola, 2000.
MARINA, D. L. O que é excomunhão na Igreja Católica?. Disponível em: <https://www.acidigital.com/noticia/31353/o-que-e-excomunhao-na-igreja-catolica?> Acesso em: 4 de janeiro de 2024.