Nossa vida é feita de ciclos. Você já deve ter pensado que algumas pessoas estariam sempre contigo, mas elas se foram. Você pode ter pensado que sempre amaria um emprego, mas se apaixonou por outra área de atuação. Muita coisa muda, somente o amor de Deus por nós é imutável. É por isso que, em vez de basear os nossos planos em realidades frágeis e passageiras, devemos fundamentar a nossa vida inteira no Senhor. A partir daí, estaremos livres para amar as pessoas como elas merecem e realizaremos grandes coisas.
A ação divina na alma desapegada
Pe. Jean-Pierre de Caussade, no livro “O Abandono à Providência Divina”, disse: “A ação divina, como plenitude que é sem limites, não pode apoderar-se duma alma senão enquanto essa alma está vazia de toda a confiança na sua própria ação, porque esta confiança é uma plenitude encoberta que exclui a ação divina”.
Na atual sociedade, baseada no apego e no excesso de estímulos, é muito fácil ter o nosso interior saturado de imagens, informações e apegos desnecessários. Se você fizer sinceramente um resumo dos seus dias, consegue perceber o que mais consome o seu tempo e a sua atenção? Na imensa maioria das vezes, o que consome nossos dias é a preocupação exagerada com as criaturas. Obviamente, se as criaturas estão em primeiro lugar, Deus não está onde deveria estar na nossa vida.
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Não atrapalhe os planos de Deus para a sua vida
Com o auxílio do livro “O abandono à Providência Divina”, do padre Jean-Pierre de Caussade, aprendemos a não atrapalhar os planos de Deus para nós. Vamos refletir juntos sobre essa realidade no vídeo a seguir. Assista:
A importância que devemos dar a Deus
Pe. Jean-Pierre de Caussade, no livro “O Abandono à Providência Divina”, disse: “Meditação, contemplação, orações vocais, silêncio interior, atos das potências, sensíveis ou distintos ou menos percebidos, retiro ou ação, sejam em si mesmos o que quiser; o melhor de tudo isso para a alma, é o que Deus quer no momento presente; e tudo isso a alma deve olhar com uma perfeita indiferença, como não sendo absolutamente nada”.
Existem inúmeras e belíssimas devoções na Igreja Católica, mas podemos perder o foco quando nos preocupamos exageradamente com esses meios e nos esquecemos do fim, que é Deus. Se iniciamos este conteúdo falando das coisas materiais que podem ocupar o lugar de Deus, é necessário também refletirmos sobre as coisas espirituais que podem roubar o lugar do Criador.
Sim, as orações nos aproximam de Deus, mas podemos cair no erro de buscarmos o nosso prazer na vida de oração ou apenas procurar um alívio na nossa consciência ao cumprir metas de preces diárias, como se estivéssemos marcando uma lista de tarefas realizadas. Essa prática tira a espontaneidade do relacionamento verdadeiro com Deus e não podemos transformar nossa vida de oração numa atividade burocrática.
Deus quer dar-se às nossas almas
Pe. Jean-Pierre de Caussade, no livro “O Abandono à Providência Divina”, disse: “Na estima e no amor que temos à contemplação e aos outros exercícios de piedade, nada há que não seja legítimo, contanto que essa estima e esse amor se eleve totalmente ao Deus infinitamente bom, que se digna de servir-se desses meios para dar-se às nossas almas”.
Toda prática devocional não passa de um belo instrumento que Deus utiliza para nos atrair a Ele. Pense em alguém que trabalha somente por dinheiro. Bem, o dinheiro é um meio e não um fim. Dessa forma, tal pessoa sofre com a ausência de sentido. Não seria melhor trabalhar pela família, para ter experiências e cuidar de quem se ama? Não seria melhor trabalhar pelo bem do próximo e por amor a Deus?
Precisamos colocar as coisas em seus devidos lugares e Deus deve ser sempre o fim último de tudo o que fazemos. Quem tiver a coragem de trabalhar neste empreendimento espiritual, colherá os frutos na sua vida material e encontrará o sentido da vida.
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Referências:
CAUSSADE, J. P. O Abandono à Providência Divina. 1ª Ed. Dois Irmãos: Minha Biblioteca Católica, 2019.
FONSECA, A. O. Não atrapalhe o plano de Deus para você! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_huiNEFs9Dk>.