Em época de cancelamento, a escalada do policiamento por parte de grupos militantes torna qualquer conversa banal um risco. A amizade, a descontração, o humor, vão sendo substituídos por algo sem gosto, ou pior, azedo. Relações sinceras não podem mais desabrochar porque é perigoso falar sobre qualquer coisa sem correr o risco de sansões. Obviamente, Deus nos criou para a liberdade e a ditadura do relativismo nunca fez parte do Seu projeto. São Josemaria Escrivá sabia disso.
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São Josemaria Escrivá e o “mimimi”
Você já teve a sensação de que deve medir as palavras e “pisar em ovos” para falar com alguém ou algum grupo? É claro que precisamos ter o discernimento sobre o que dizemos, mas quando as normas aceitáveis avançam para um policiamento moral, estamos perto de uma ditadura.
O comentário muito pertinente do Padre José Eduardo deixa muito claro como as relações vão sendo azedadas e a chatice torna-se a nova norma de conduta:
“Não sejas tão… suscetível… Torna-se necessário medir as palavras para falar contigo do assunto mais insignificante. Não te zangues se te digo que és… insuportável” (Caminho, 43). — A constatação de São Josemaria, precisa e arguta, não diz respeito apenas a indivíduos, mas também a grupos. Em muitos ambientes, a leveza e a descontração são como que potencialmente abolidas: já não é possível algum gracejo, até uma ironia banal ressoa nas hipersensíveis suscetibilidades como uma ofensa a ser censurada. Se não houver aquele tom grave e toscamente protocolar, corre-se o risco do incômodo e do consequente policiamento. É assim que se azeda a convivência, impondo-se a obrigatoriedade da chatice.
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