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Como educar os filhos quando os pais trabalham fora?

Como pais que trabalham fora devem educar seus filhos

Como pais que trabalham fora devem educar seus filhos

Como educar os filhos quando os pais trabalham fora? Bem, essa pergunta gera uma série de reações e é muito pertinente para os tempos atuais, já que cada vez mais os casais priorizam a carreira e uma vida cara para si e para os filhos. “Ah, mas você não está vendo o preço das coisas?”, uns vão dizer. Sim, não são tempos fáceis em termos econômicos, mas será que precisamos gastar com tudo o que gastamos e precisamos priorizar tudo o que priorizamos? Vamos refletir.

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A riqueza que realmente importa

Antes de meditarmos sobre o que tira o foco dos pais da educação dos filhos, precisamos jogar luz sobre o que realmente importa. Todos os pais precisam ser corajosos porque entram numa enorme batalha espiritual desde o momento em que decidem constituir uma família e contraem o matrimônio. Desde antes da concepção, a mãe, juntamente com o pai, já travam uma batalha contra o Inferno porque assumem o compromisso de gerarem um filho para o Céu. E essa é a prioridade dos pais: conduzir seus filhos para o Céu.

Vale a pena o sacrifício para educar os filhos

Vale a pena o sacrifício para educar os filhos quando percebe-se que não trata-se de um abrir mão da carreira, mas sim de aceitar plenamente a grave missão de educar filhos para o Céu. O que poderia ser mais importante do que a salvação eterna de todos os membros da família?

Como educar os filhos quando os pais trabalham fora?

Como proceder com a educação dos filhos, quando marido e mulher ficam fora de casa o dia todo? Qual o segredo para encontrar o “ponto de equilíbrio” entre trabalho e vida familiar? Neste conselho em forma de vídeo, Padre Paulo Ricardo convida você, que é pai e mãe, a revisitar as suas prioridades. Afinal de contas, “as paredes de sua casa não vão educar seus filhos”.

Como educar os filhos quando os pais trabalham fora?

O que tem tirado o foco dos pais?

Rossana Abbiati Spacek tem 52 anos e é professora de Língua Portuguesa e Literatura. Em entrevista ao G1, ela disse que devido ao mundo moderno e as tendências que ele trouxe, o que era para ser um auxílio acabou virando uma obrigação. “Os pais ‘depositam’ seus filhos nas escolas, pagam por isso e exigem que as instituições assumam um papel que não é delas. Os pais modernos trabalham cada vez mais, tentando substituir o afeto com bens materiais. Há de se entender que devemos ser parceiros e não adotar sozinhos essa responsabilidade de educar, que é papel da família”, completou.

A fala da professora nos leva a meditar sobre as causas que levam os pais a serem negligentes na sua importante missão. Em primeiro lugar, o Sacramento do Matrimônio concede ao casal a bênção de Deus que serve como base para uma família estruturada. Quando homem e mulher vivem bem o tempo de preparação para o casamento em um namoro onde se conhecem e rezam juntos, o resultado é um lar equilibrado e abençoado. Infelizmente, não é isso o que acontece na prática, pois vemos uma sociedade que enaltece o prazer a qualquer custo e incentiva a promiscuidade, e mesmo aos casais que possuem uma união estável, há estímulos para que sejam priorizados os bens materiais, a carreira, as viagens e o status.

Em segundo lugar, pais que vivem a espiritualidade e buscam a vontade de Deus para suas vidas, são capazes de sacrificar o que é secundário em vista da prioridade que já foi explicitada pelo Padre Paulo Ricardo no início deste artigo. Quando a prioridade é apenas material, pais querem que seus filhos sejam “alguém na vida” e não se preocupam que sejam um dia alguém feliz no Céu. Crianças são bombardeadas com estímulos e presentes, fazem aulas de idiomas, concluem milhares de cursos, adquirem inúmeras habilidades para o mercado de trabalho e o orgulho de seus pais. Toda essa formação pode ser positiva, mas não sendo direcionada a Deus, se perde totalmente. De que vale ganhar o mundo quando se perde a alma? (Cf. Mc 8,36). De que vale um filho cheio de talentos, com uma brilhante carreira, se não tem caráter e fé?

Não esqueça a prioridade

Não é certo terceirizar a educação dos filhos

A psicopedagoga Nathalia de Mesquita explica que, por conta da correria do mundo moderno, as pessoas não têm mais aquele tempo que os antepassados tinham para se dedicar à educação. “Hoje, os pais ‘terceirizam’ praticamente toda a criação e a educação dos filhos. A escola acaba ficando com um peso que não é dela, ao ficar com a parte que cabe aos pais na formação do caráter, do afeto, de família mesmo. A responsabilidade é dos pais. E ninguém pode substituir”, explicou.

Nathalia acrescentou que essa inversão de papéis e valores pode ser perigosa. “O estudante acabará por valorizar mais a profissão, o seu lado profissional, do que o familiar, os sentimentos. Isso pode se tornar um ciclo e essas crianças no futuro gerarão filhos sem laços, sem vínculos, sem compromisso. Terão dificuldades em ser pais ou mães, pois não tiveram a presença deles em sua vida. Isso é muito perigoso, há inversão de papéis e de valores”, enfatizou.

Para o casal Pedro e Ketty de Rezende, formados pela Associação para o Desenvolvimento da Família e pelo Centro de Estudos da Educação, ao passar o trabalho de educar para a escola, a babá, ou ainda para a televisão (ou pior, o celular), os pais estão abrindo mão de um grande privilégio e de um de seus maiores deveres. “A principal confusão vem do fato de pensarem que educar e instruir são a mesma coisa; embora uma boa escola seja um excelente ambiente de instrução, poucas são as escolas aptas a ajudarem os pais na formação dos filhos em aspectos de caráter e personalidade que transcendem o aprendizado acadêmico”, destacam.

Nada justifica a ausência dos pais

Com a experiência de 30 anos de casamento, com sete filhos e três netos, Ketty e Pedro salientam que são os benefícios do trabalho que justificam o investimento de tempo, portanto é fundamental não perder de vista que este é um meio e não um fim.

“Por outro lado, nosso cônjuge, nossa família e nossos filhos são o resultado de uma decisão consciente e livre que tomamos quando contraímos matrimônio, e os frutos desta que é nossa maior vocação de vida, jamais podem ser postos num plano inferior ao de qualquer outra atividade humana”, diz Ketty.

Testemunhas da verdade

“Desmascarar a tirania do relativismo de uma sociedade permissiva, que despreza a vida na sua origem e nos seus últimos momentos e mostrar aos filhos a lógica retorcida por trás da ideologia do gênero que descaracteriza a sexualidade humana e cuja propagação ataca o conceito do amor humano que se realiza no seio de uma família” estão entre os maiores desafios na educação dos filhos, ressalta o casal.

Para Ketty e Pedro, é uma questão de priorização que deve ser estabelecida à luz de critérios de quem sabe que uma pessoa só pode ser bem sucedida profissionalmente se for, antes, um pai bem sucedido. Deus ama a família e se utiliza dela para apontar vidas para o Céu. Queira viver isso no seu lar!

Referências:

RESENDE, Fernanda. Professores falam da transferência da educação dos pais para a escola. G1. Brasil, 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2013/10/professores-falam-da-transferencia-da-educacao-dos-pais-para-escola.html>. Acesso em: 22 dez. 2022.

Pais não podem terceirizar educação dos filhos. Canção Nova. Cachoeira Paulista, 2011. Disponível em: <https://noticias.cancaonova.com/brasil/pais-nao-podem-terceirizar-educacao-dos-filhos/>. Acesso em: 22 dez. 2022.

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