Será que você é uma pessoa ingrata? Hoje em dia, com tanta correria, dificilmente paramos para meditar sobre o que deveria ser prioridade em nossas vidas. Dessa forma, lamentavelmente, muitas coisas importantes passam sem que prestemos a devida atenção. Uma geração acelerada, por causa da sua falta de tempo, acaba sendo também uma geração ingrata. Mas você sabe qual é a pior ingratidão que um ser humano pode cometer?
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Será que você é uma pessoa ingrata?
Hoje em dia a gente pensa o quê? Deus é o quê? Deus é uma pessoa ressentida, assim: “Me ofendeu?” Embirrou… “Tá bom, tô ofendido”. “Não, por favor, me perdoa”. “Não, não quero saber”. Essa é a ideia que as pessoas pensam de reparação, ou seja, como se Deus fosse alguém ressentido. Deus não é ressentido, Deus é misericórdia infinita, Deus é amor infinito, Deus é bondade infinita. Mas, se nós ofendemos, nos arrependemos e não queremos minimamente reparar o mal que fizemos, nós somos desprezíveis. Assim, é uma coisa absurda a ingratidão de quem ofendeu a Deus e não quer reparar. Entenda melhor com padre Paulo Ricardo, que nos traz essas curtas reflexões em vídeo:
A pior ingratidão que podemos ter é com Deus, que nos oferece o amor e o perdão, nos abre as portas do Céu e se entrega totalmente a nós na Eucaristia. Quando mesmo diante do Senhor que nos ama escolhemos pecar, estamos no mais alto grau possível de ingratidão.
O que é a reparação?
Não é novidade que somos pecadores, já que desde a queda em Adão e Eva, sabemos que a humanidade está manchada pelo pecado original. Mesmo que Jesus Cristo tenha realizado de maneira total o último ato de reparação no Calvário, a Igreja acredita que os fiéis precisam fazer o que puderem para reparar os danos que continuam cometendo.
Mesmo depois de confessar nossos pecados no sacramento da reconciliação, o Catecismo da Igreja Católica nos explica que ainda precisamos reparar os danos que causamos aos outros:
“Muitos pecados prejudicam o próximo. Há que fazer o possível por reparar esse dano (por exemplo: restituir as coisas roubadas, restabelecer a boa reputação daquele que foi caluniado, indenizar por ferimentos). A simples justiça o exige. Mas, além disso, o pecado fere e enfraquece o próprio pecador, assim como as suas relações com Deus e com o próximo. A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens causadas pelo pecado. Aliviado do pecado, o pecador deve ainda recuperar a perfeita saúde espiritual. Ele deve, pois, fazer mais alguma coisa para reparar os seus pecados: ‘satisfazer’ de modo apropriado ou ‘expiar’ os seus pecados. A esta satisfação também se chama penitência.” (Catecismo da Igreja Católica, 1459)
Embora o texto se refira principalmente a atos físicos de reparação, também é possível oferecer orações de reparação por danos pessoais e danos causados por outras pessoas. A Enciclopédia Católica explica:
“Somos restaurados à graça através dos méritos da morte de Cristo, e essa graça nos permite adicionar nossas orações, trabalhos e provações às de Nosso Senhor” e preencher as coisas que estão querendo os sofrimentos de Cristo. Podemos, portanto, fazer algum tipo de reparação à justiça de Deus por nossas próprias ofensas contra Ele e, em virtude da Comunhão dos Santos, a unidade e a solidariedade do Corpo místico de Cristo, podemos também fazer satisfação e reparação pelo pecados dos outros ”.
Você entende que, dessa forma, podemos ajudar a reparar os danos espirituais que outros causaram e contribuir para a cura do mundo? Essa é uma grande graça e o próprio Jesus, quando apareceu à Santa Margarida Maria Alacoque pediu-lhe para promover a devoção ao seu Sagrado Coração como forma de reparação pelos vários pecados cometidos contra ele.
Referências:
KOSLOSKI, Philip. O que são orações de reparação? Aleteia. Brasil, 2019. Disponível em: <https://pt.aleteia.org/2019/07/05/o-que-sao-oracoes-de-reparacao/>. Acesso em: 13 set. 2022.