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Políticos que se dizem católicos mas defendem o aborto têm seu argumento desmascarado por corajoso bispo dos EUA

Dom Robert Barron

Dom Robert Barron

A questão do aborto não deveria gerar dúvidas entre os católicos, mas parece haver um certo receio de atacar este tema com o vigor necessário. Aliás, é sabido que o silêncio dos bons é oportunidade para que os maus façam a sua arruaça, e é exatamente isso que tem acontecido. Por intercessão da Virgem Maria, que por sua humildade e firmeza na fé, é o terror dos demônios, possamos desmascarar os falsos argumentos espalhados pelo maligno em todo o mundo.

A Igreja Católica sempre foi e sempre será contra o aborto e temos os motivos resumidos aqui: O aborto é pecado? Por que a Igreja não pode mudar neste ponto? Infelizmente, há católicos (até mesmo sacerdotes) que por desconhecimento ou desobediência não refutam a possibilidade do aborto com a energia que o Magistério da Igreja pede. É pela omissão de muitos clérigos que devemos comemorar e compartilhar quando um pastor corajoso eleva a sua voz contra os abusos cometidos atualmente.

Bispo dos EUA desmascara hipocrisia de políticos “católicos” que defendem o aborto

Dom Robert Barron é bispo da diocese norte-americana de Winona-Rochester, e subiu o tom ao denunciar o recorrente falso argumento pró-aborto usado por políticos que se dizem católicos. A fala do bispo é muito corajosa, pois alerta diretamente o presidente democrata dos Estados Unidos, Joe Biden e a diversos homens e mulheres da política ao redor do mundo.

Classificando como “repulsivas” as declarações do presidente em favor do aborto, o bispo observou, em vídeo publicado no YouTube, que o político adota uma postura escorregadia: por um lado, “Biden afirma a sua crença pessoal, como católico, de que a vida humana começa na concepção e, portanto, o aborto é moralmente errado”; por outro lado, “ele sempre foi rápido em acrescentar que não está disposto a usar a lei para impor essa convicção pessoal a ninguém”.

Dom Robert Barron. Fonte da imagem: Wdrodze.

Há um falso argumento pró-aborto usado recorrentemente por diversos políticos que se dizem católicos. Dom Barron desfaz a falácia com clareza, como um verdadeiro pastor deve fazer para alertar suas ovelhas:

“Opor-se ao aborto não é questão de doutrina: é uma conclusão do raciocínio moral e das descobertas da ciência objetiva”.

O bispo salienta que a defesa da vida se alicerça em um fato biológico: a obviedade de que a vida começa na concepção. E reforça: esta é “a base de um argumento contra o aborto que pode e deve ser feito na esfera pública: claramente não é um dogma do catolicismo”.

Não dá para ser autêntico católico e defender o aborto

Sobre a falácia de quem se declara católico, mas diz não querer “impor” suas convicções aos outros, dom Barron desmascara o uso enviesado da palavra “impor”, que também acontece no Brasil:

“Estou muito cansado da maneira como o presidente e seus aliados usam o termo ‘impor’. Repetidamente eles dizem alguma versão de ‘não estou disposto a impor minhas crenças aos outros’. As leis não sugerem: elas impõem. Esta é a natureza das leis. Por trás de toda lei verdadeiramente justa, existe algum princípio moral: preservar a vida, estabelecer maior justiça, proteger os pobres promovendo o bem comum etc.

Podemos dar um basta àquela postura tola que foi articulada pela primeira vez pelo governador Mario Cuomo há 35 anos e que depois vem sendo repetida por muitos políticos católicos: a do ‘eu pessoalmente me oponho ao aborto, mas o apoio publicamente’. Não é uma convicção nascida do dogma, e sim do raciocínio moral. É completamente incoerente afirmar que é possível manter a posição privadamente, mas não a defender publicamente. Isto seria análogo a alguém dizer no século XIX que, embora pessoalmente achasse a escravidão abominável, não faria nada para eliminá-la ou para impedir a sua propagação”.

Dom Barron desmascarou o recorrente recurso do presidente Biden a essa enganação:

“Ele afirma que se opõe ao aborto porque o considera moralmente errado, mas, várias vezes, da maneira mais direta e até contundente, ele se esforça para torná-lo mais acessível, mais aceitável e mais legalmente defendido”.

O bispo norte-americano recordou o caso de Abraham Lincoln, que se dizia contra a escravidão, mas não se opôs diretamente a ela; no entanto, apoiou a sua extinção gradual.

“Se nosso atual presidente estivesse mesmo convencido, como afirma estar, de que o aborto é errado, se ele tivesse dado passos na direção de pelo menos reduzir a prática, ou se pudesse ter encontrado palavras positivas sobre a decisão Dobbs, que ao menos dá aos estados o direito de restringir o aborto, eu poderia ver isso no modo Lincoln. Mas ele segue em frente defendendo a política pró-aborto mais radical que se possa imaginar”.

Entendendo as declarações do bispo

Dom Barron faz menção à decisão judicial que foi tomada em junho deste ano pela Suprema Corte dos Estados Unidos no caso Dobbs versus Jackson: a decisão reconheceu a inconstitucionalidade de uma sentença anterior, a famosa Roe versus Wade, que, em 1973, tinha legalizado o aborto em todo o território dos EUA com base em uma farsa.

Desde que a Suprema Corte derrubou a velha e equivocada lei do aborto, porém, Joe Biden tem feito o máximo esforço para voltar a promover a prática – inclusive assinando uma ordem executiva que contraria a decisão da Suprema Corte.1

O próprio Papa Francisco declarou, recentemente, que a postura de Joe Biden quanto ao aborto é “incoerente” para quem se diz católico. O mesmo vale para qualquer político brasileiro que tenha postura semelhante, ok?

O católico não pode ficar em cima do muro

Se você vive em cima do muro e não busca conhecer e defender a verdadeira fé, é hora de deixar essa mentalidade ateia e seguir Jesus Cristo verdadeiramente. O próprio Senhor já nos disse que não podemos ficar com um pé nas coisas de Deus e um outro pé no pecado. Não dá para servir a dois senhores.

O católico não pode ficar em cima do muro

Há um estilo de vida que podemos chamar de agnosticismo funcional, ou ainda, ateísmo prático, porque, na prática, vivemos como ateus, mesmo que digamos ser cristãos. Isso tem muito a ver com o grande relativismo que está espalhado pelo mundo, que dificulta uma vida cristã autêntica, porque se todas as coisas são relativas, nem boas, nem más, podemos viver de qualquer maneira. No fundo, o relativismo não é compatível com a realidade do pecado, e a perda da consciência do pecado talvez seja um dos maiores males que vivemos hoje.2

Referências:

  1. VÊNETO, Francisco. Bispo desmascara falso argumento pró-aborto usado por políticos que se dizem católicos. Aleteia. Brasil, 2022. Disponível em: <https://pt.aleteia.org/2022/08/30/bispo-desmascara-falso-argumento-pro-aborto-usado-por-politicos-que-se-dizem-catolicos/>. Acesso em: 31 ago. 2022.
  2. LEÃO, João Antônio. Cristão em cima do muro: como identificar e como fugir dessa condição? Portal A12. Aparecida, 2022. Disponível em: <https://www.a12.com/jovensdemaria/artigos/crescendo-na-fe/cristao-em-cima-do-muro-como-identificar-e-como-fugir-dessa-condicao>. Acesso em: 31 ago. 2022.
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