Bento XVI dá sinais de que está pronto para o encontro definitivo com Deus. Pelo menos é o que diz o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé de 2006 a 2016. Longe de ser alarmante, essa notícia deve nos fazer pensar em qual deve ser a atitude de todo cristão diante da morte: estar sempre vigilante – como as virgens prudentes (Cf. Mt25) – e preparado para este momento, cuidando de sua vida espiritual constantemente.
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Padre Lombardi, foi entrevistado pelo jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana, por ocasião do seu aniversário de 80 anos que será no dia 29 de agosto. Nesta entrevista, o ex-superior provincial dos jesuítas na Itália e ex-diretor do Centro Televisivo Vaticano, contou que sempre acompanhou Bento XVI “durante quase todo o seu pontificado, desde 2006 até sua renúncia ao ministério petrino em fevereiro de 2013″.
Lombardi destacou que Bento XVI “é um homem de estudo” e o definiria como “um papa teólogo com ideias muito claras”.
O último encontro com Bento XVI
Ao falar sobre a última vez que viu Bento XVI, padre Lombardi contou que foi “no dia 7 de maio, para lhe dar a notícia do prêmio da Fundação dedicada a ele”. O papa emérito, que fez 95 anos em abril, “ainda conserva uma lucidez mental formidável. Ele tem uma memória e uma capacidade de conexão realmente notáveis para sua idade.”
Lombardi disse ainda que depois de ver Bento XVI ficou com “a ideia de um homem que, apesar da sua fragilidade, transmite serenidade. Graças, eu acho, a uma intensa vida de oração”.
“Ele sempre se despede dando um belo sorriso e se sente pronto para o encontro definitivo com o Senhor”.
Nos preparemos para alcançar a vida eterna
O Catecismo da Igreja Católica, do parágrafo 992 em diante, há uma detalhada explicação sobre a revelação progressiva da ressurreição dos mortos. É essa esperança que muda toda a perspectiva do cristão, que já não mais deposita toda a sua esperança nas realidades temporais:
992. “A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus ao seu povo. A esperança na ressurreição corporal dos mortos impôs-se como consequência intrínseca da fé num Deus criador do homem todo, alma e corpo. O Criador do céu e da terra é também Aquele que mantém fielmente a sua aliança com Abraão e a sua descendência. É nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na ressurreição. Nas suas provações, os mártires Macabeus confessam:
‘O Rei do universo ressuscitar-nos-á para uma vida eterna, a nós que morremos pelas suas leis’ (2 Mac 7, 9). ‘É preferível morrermos às mãos dos homens e termos a esperança em Deus de que havemos de ser ressuscitados por Ele’ (2 Mac 7, 14)”.
997. “O que é ressuscitar? Na morte, separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, embora ficando à espera de se reunir ao seu corpo glorificado. Deus, na sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas pela virtude da ressurreição de Jesus”.
998. “Quem ressuscitará? Todos os homens que tiverem morrido: ‘Os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação’ (Jo 5, 29)”.
999. “Como? Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo: ‘Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo’ (Lc 24, 39); mas não regressou a uma vida terrena. De igual modo, n’Ele todos ressuscitarão com o seu próprio corpo, com o corpo que agora têm, mas esse corpo será transformado em corpo glorioso em ‘corpo espiritual’ (1 Cor 15, 44):
‘Alguém poderia perguntar: ‘Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles?’ Insensato! O que tu semeias não volta à vida sem morrer. E o que semeias não é o corpo que há-de vir, é um simples grão […]. O que é semeado sujeito à corrupção ressuscita incorruptível; […] os mortos ressuscitarão incorruptíveis […]. É, de fato, necessário que este ser corruptível se revista de incorruptibilidade, que este ser mortal se revista de imortalidade’ (1 Cor 15, 35-37. 42. 52-53)”.
1000. “Este ‘como’ ultrapassa a nossa imaginação e o nosso entendimento; só na fé se torna acessível. Mas a nossa participação na Eucaristia dá-nos já um antegozo da transfiguração do nosso corpo, operada por Cristo:
‘Assim como, depois de ter recebido a invocação de Deus, o pão que vem da terra deixa de ser pão ordinário e é Eucaristia, constituída por duas coisas, uma terrena, outra celeste, do mesmo modo os nossos corpos, que participam na Eucaristia, já não são corruptíveis, pois têm a esperança da ressurreição’ Santo Ireneu de Lião, Adversus Haereses 4, 18, 5: SC 100, 610-612 (PG 7, 1028-1029).”.
1001. “Quando? Definitivamente o ‘no último dia’ (Jo 6, 39-40.44.54; 11, 24), ‘no fim do mundo’ (578). Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo:
‘Ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro’ (1 Ts 4, 16)”.²
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Referências:
- ACI. Bento XVI está pronto para o encontro definitivo com Deus, diz ex-porta-voz da Santa Sé. ACI Digital. 2022. Disponível em: <https://www.acidigital.com/noticias/bento-xvi-esta-pronto-para-o-encontro-definitivo-com-deus-diz-ex-porta-voz-da-santa-se-59453>. Acesso em: 25 ago. 2022.
- Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edição típica Vaticana, Loyola, 2000.