Você já ouviu falar dos atos de reparação? De maneira simples, São Josemaria Escrivá ensinava que o desagravo é um ato próprio do amor, que procura consolar a pessoa amada, que foi ferida pelos nossos pecados ou pelos pecados dos outros. Se é indiscutível que Jesus Cristo continua a ser ferido diariamente pelas atrocidades da humanidade, parece muito necessário que os devotos pratiquem atos de desagravo.
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O que são os atos de reparação?
Na linguagem comum, o termo “desagravo” significa reparação ou compensação de uma ofensa ou preconceito. Quem repara ou desagrava “oferece algo que a pessoa ofendida ama tanto ou mais do que detesta a ofensa” (S.Th. III, q. 48, a. 2, c). No sentido espiritual cristão, o termo faz referência ao ato de reparar a Deus pelos pecados próprios e alheios. Essa reparação é entendida como participação do cristão na obra redentora de Cristo, tanto no seu aspecto positivo de restauração da obra de Deus como no negativo de expiação pelo pecado.
Os atos de reparação são necessários?
Se Jesus morreu na cruz e “perdoou todo mundo”, por que precisamos reparar? No vídeo a seguir, padre Paulo Ricardo nos explica de maneira simples que a reparação é natural nos corações que amam. Entenda:
Agora que você entende o sentido da reparação, saiba que a espiritualidade reparadora tem como finalidade nos conduzir a Jesus Cristo e à salvação eterna. Por isso, procuremos com maior empenho conhecer melhor essa doutrina da Santa Mãe Igreja sobre a reparação das penas temporais e das ofensas contra o Sacratíssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Conhecendo melhor a espiritualidade da reparação, viveremos melhor esse caminho que nos coloca no mistério da Redenção da humanidade.
Que a vivência da espiritualidade da reparação das penas temporais pelos nossos pecados e pelas almas do purgatório e do desagravo das ofensas contra o Coração de Jesus e o Coração de Maria sejam causa de salvação eterna para muitos.
Ato de Reparação ao Sacratíssimo Coração de Jesus
Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é por eles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados na Vossa presença, para Vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o Vosso amorosíssimo coração.
Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós mais de uma vez cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a Vossa misericórdia, prontos a expiar não só as próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não Vos querendo como pastor e guia, ou, conculcando as promessas do batismo, sacudiram o suavíssimo jugo da Vossa santa lei.
De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-Vos, mais particularmente da licença dos costumes e imodéstia do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra Vós e Vossos Santos, dos insultos ao Vosso Vigário e a todo o Vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino amor e, enfim, dos atentados e rebeldias das nações contra os direitos e o Magistério da Vossa Igreja.
Oh! Se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades!
Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, Vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação, que Vós oferecestes ao eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre nossos altares.
Ajudai-nos Senhor, com o auxílio da Vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a vivência da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nosso próximo, impedir, por todos os meios, novas injúrias de Vossa divina Majestade e atrair ao Vosso serviço o maior número de almas possível.
Recebei, ó benigníssimo Jesus, pelas mãos de Maria santíssima reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes, até à morte, no fiel cumprimento de nossos deveres e no Vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à pátria bem-aventurada, onde Vós com o Pai e o Espírito Santo viveis e reinais por todos os séculos dos séculos.
Amém.