O “Cristo perfumado” que querem inventar é um sacrilégio
Sempre queremos fugir da dor e buscar o prazer porque nossa carne corrompida é fraca. Em um mundo com tantas comodidades e possibilidades de pecado, as pessoas querem cada vez mais a vida fácil e sem virtudes. Até mesmo na Igreja tentam criar um “Cristo perfumado”, que só fala de amor e nos poupa da cruz.
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Querem criar um “Cristo perfumado”?
Viver o cristianismo cercado de prazeres, negando a cruz e querendo apenas obedecer Jesus nas coisas confortáveis significa tentar criar um “Cristo perfumado”. Dom Jean Baptiste Chautard, no excelente livro A alma de todo apostolado, nos explica:
“Fazer do Cristo de Getsêmani, do Pretório e do Calvário apenas um Cristo perfumado, é um sacrilégio. Depois do pecado, a penitência, a reparação, o combate espiritual tornaram-se condições indispensáveis à vida. A Cruz de Jesus Cristo lembra isso a cada passo. Ao zelo do Verbo encarnado pela glória do seu Pai, não basta obter admiradores; é-lhe necessário imitadores”.
Não há redenção sem cruz
É impossível salvar-se sem passar pela realidade da cruz. O cristianismo traz alegria verdadeira para aqueles que se libertam das amarras deste mundo, mas esta alegria não é um mergulhar nos prazeres sensíveis de maneira desordenada.
“Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (cf. Mt 16, 24). As palavras de Jesus não são uma metáfora, mas apresentam a realidade nua e crua: não há redenção sem cruz. O homem que quiser se salvar, deverá, necessariamente, apegar-se às cruzes do dia a dia, renunciando-se a si mesmo, da mesma maneira que o Filho do Homem fez na cruz.