Diante do sofrimento e do avanço do mal em diversas esferas, nos acostumamos perigosamente com atitudes que destroem o ser humano. As más intenções e os pecados são a fonte das guerras, da fome, do aborto, das ideologias que querem empurrar novos padrões de comportamento, enfim, são fonte daquilo que nos torna menos humanos. E é este exatamente o objetivo do demônio: destruir a humanidade e levá-la para o Inferno.
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Estamos nos acostumando com o mal?
O texto a seguir é de Bento XVI no livro Jesus de Nazaré, e nos chama a meditar sobre o perigo da nossa falta de reação diante do mal.
O apelo à vigilância
O apelo à vigilância constituiu um tema fundamental já no anúncio em Jerusalém, e agora aparece com uma urgência muito imediata. Mas, apesar de se referir precisamente àquela hora, tal apelo remete de antemão para a história futura do cristianismo. A sonolência dos discípulos permanece, ao longo dos séculos, a ocasião favorável para o poder do mal. Essa sonolência é um entorpecimento da alma, que não se alarma com o poder do mal no mundo, com toda a injustiça e com todo o sofrimento que devastam a Terra. É um embotamento que prefere não se dar conta de tudo isso; tranquiliza-se com o pensamento de que tudo, no fundo, não é assim tão grave, podendo desse modo continuar a se autocomprazer na sua própria vida saturada. Mas esse embotamento das almas, essa falta de vigilância, seja quanto à proximidade de Deus, seja quanto à força ameaçadora do mal, confere ao maligno um poder no mundo. Diante dos discípulos sonolentos e não propensos a alarmar-se, o Senhor diz de si mesmo: “A minha alma está triste até a morte”.
Abramos os olhos!
Finalizamos este conteúdo com uma oração de Santo Tomás de Aquino para pedir discernimento, pois somente com a graça de Deus podemos vencer a ação do mal.
Oremos
Criador inefável, Tu que és a fonte verdadeira da luz e da ciência, derrama sobre as trevas da minha inteligência um raio da tua claridade. Dá-me inteligência para compreender, memória para reter, facilidade para aprender, sutileza para interpretar, e graça abundante para falar.
Meu Deus, semeia em mim a semente da tua bondade. Faz-me pobre sem ser miserável, humilde sem fingimento, alegre sem superficialidade, sincero sem hipocrisia; que faça o bem sem presunção, que corrija o próximo sem arrogância, que admita a sua correção sem soberba, que a minha palavra e a minha vida sejam coerentes.
Concede-me, Verdade das verdades, inteligência para conhecer-te, diligência para te procurar, sabedoria para te encontrar, uma boa conduta para te agradar, confiança para esperar em ti, constância para fazer a tua vontade.
Orienta, meu Deus, a minha vida, concede-me saber o que tu me pedes e ajuda-me a realizá-lo para o meu próprio bem e de todos os meus irmãos.