O BBB e a doença da preocupação com a vida alheia
O Big Brother Brasil, ou BBB para os mais íntimos é reality show – literalmente, “show de realidade” que conquista sempre altos índices de audiência. Aliás, é essa audiência que mantém o programa no ar há mais de 20 anos. Mas por que tamanho sucesso e por que o programa é tão explorado pelos portais de notícia e causa tantas reações na internet? Hoje vamos meditar sobre essa realidade que afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros.
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O Big Brother Brasil e a exposição da intimidade
A ideia central de um reality show é mostrar aos espectadores o cotidiano de pessoas reais. Ao contrário dos seriados, novelas e filmes, onde atores interpretam personagens, as pessoas que participam desses programas são chamadas a expressarem suas personalidades reais. No caso do BBB, isso acontece em um contexto todo fantasioso e exagerado, com muita comida, bebida, festa, lazer, sexo e absolutamente nenhum trabalho.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2523, nos ajuda a entender o problema dessa exposição exagerada que fere a dignidade humana e induz os envolvidos ao pecado:
Buscando os holofotes e movidas pelo desejo da fama, muitas pessoas se submetem a sacrificar a própria privacidade em rede nacional. Em troca de expor o corpo e a privacidade, os eventuais prêmios variam de quantias específicas de dinheiro à possibilidade de ingressar na carreira pública, seja na televisão ou até mesmo na política (sim, ser ex-bbb, inacreditavelmente, contribui para eleger um político no Brasil).
O que torna o BBB tão atrativo?
Se é algo tão depreciativo, por que a tal “casa mais vigiada do Brasil” gera tanto interesse? Por que tanta gente perde o seu tempo com um conteúdo tão inútil?
A resposta é que o BBB explora muito bem um vício que está enraizado na cultura brasileira: a curiosidade. Não é à toa que os espectadores são convidados pelo apresentador do programa a “dar uma espiadinha”. Este vício consiste, segundo o parecer de São Beda, “na assistência aos espetáculos e na investigação e crítica dos vícios alheios” (Comentário à Primeira Epístola de São João, 2, 16: ML 93, 92D).
Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja e profundo conhecedor do comportamento humano, ensina que, no que diz respeito aos sentidos, há dois modos de ser curioso: ou procurando por algo inútil ou mesmo por algo nocivo (Cf. Suma Teológica, II-II, q. 167, a. 2).
O perigo por trás da “espiadinha”
Para quem analisa com honestidade, é óbvio que assistir o programa é querer estar bem informado sobre algo que não tem utilidade alguma. Mas além disso, o Big Brother Brasil é um espetáculo perigoso, que incentiva a fofoca e a difamação da vida alheia. Na atração, as pessoa brigam e se opõem em “panelinhas” e os participantes menos populares são eliminados em um “paredão”.
O reality da Globo é cheio de cenas pornográficas e desvincula o sexo totalmente da realidade familiar. O BBB enfraquece e corrói a base dos relacionamentos maduros e saudáveis e incentiva os jovens a uma busca desenfreada e irresponsável por prazer sexual a qualquer custo. Os pais que optam por dar uma “espiadinha” precisam estar cientes que estão dando autorização para a promiscuidade entrar em sua casa.
Conclusão e conselho
Penso que deixar de assistir à programação nociva da Rede Globo (com suas novelas e reality shows) e também séries e filmes que vão na mesma linha, não é nenhum “moralismo” de fundamentalistas cristãos. Portanto, essa é apenas a medida mais sensata que as pessoas de bem desse país precisam tomar para salvar a própria família e preservar o amor dentro do Matrimônio. Quem não optar por essa escolha, também cairá e será grande a ruína de sua casa.