Infelizmente, hoje, muitos casais não querem ter filhos mas têm dois cães e dois gatos, ou outros animais de estimação. Esse amor desordenado aos animais mostra um desequilíbrio de afeto. Há muitos que não conseguem amar seres humanos, mas depositam todo o seu afeto nos animais, buscando o que é mais cômodo, já que amar as pessoas pode por vezes parecer mais difícil.
Quem ama um animal mais do que uma pessoa ainda não entendeu o que é o amor, pois não há amor sem sofrimento e entrega. Buscar um ser que age por instinto e obedece para obter alimento e moradia, é querer não passar pelo trabalho de educar e amar uma criança. A maior prova de amor é dar a vida e não haverá prova maior de amor do que a de Jesus por nós na cruz.
Já falamos sobre este assunto com citações do Catecismo da Igreja Católica e do Papa Francisco neste conteúdo: É certo amar mais um animal de estimação do que um ser humano?
Casais não querem ter filhos, mas animais de estimação
Em sua primeira catequese de 2022, com os peregrinos na Sala Paulo VI, no Vaticano, o Papa falou sobre a figura de São José como pai adotivo de Jesus. Segundo o Papa, pensar na paternidade hoje é algo “muito importante”. Na fala de Francisco, destaca-se a constatação de que muitos pais não querem filhos, mas cães e gatos.
Fruto do egoísmo, a atitude de depositar afeto somente aos animais e deixar seres humanos em segundo plano, foi criticada pelo Papa:
“Há dias, falei sobre o inverno demográfico que há atualmente: as pessoas não querem ter filhos, ou apenas um e nada mais. E muitos casais não têm filhos porque não querem, ou têm só um porque não querem outros, mas têm dois cães, dois gatos… Pois é, cães e gatos ocupam o lugar dos filhos. Sim, faz rir, entendo, mas é a realidade. E esta negação da paternidade e da maternidade diminui-nos, cancela a nossa humanidade. E assim a civilização torna-se mais velha e sem humanidade, porque se perde a riqueza da paternidade e da maternidade. E a Pátria que não tem filhos sofre e – como dizia alguém um pouco humoristicamente – “e agora quem pagará os impostos para a minha reforma, que não há filhos? Quem se ocupará de mim?”: ria, mas é a verdade”.
Plenitude da vida
O Papa pediu a São José “a graça de despertar as consciências e pensar nisto: em ter filhos”.
“A paternidade e a maternidade são a plenitude da vida de uma pessoa. Pensai nisto. É verdade, existe a paternidade espiritual e a maternidade espiritual para quem se consagra a Deus; mas quem vive no mundo e se casa, deve pensar em ter filhos, em dar a vida, pois serão eles que lhes fecharão os olhos, que pensarão no seu futuro. E também, se não podeis ter filhos, pensai na adoção. É um risco, sim: ter um filho é sempre um risco, quer natural quer adotivo. Mas pior é não os ter, é negar a paternidade, negar a maternidade, tanto a real como a espiritual. A um homem e a uma mulher que voluntariamente não desenvolvem o sentido da paternidade e da maternidade, falta algo principal, importante. Pensai nisto, por favor”.
O Papa disse esperar que as instituições “estejam sempre prontas a ajudar neste sentido da adoção”.
“Controlando seriamente, mas também simplificando o procedimento necessário para que se realize o sonho de tantos pequeninos que precisam de uma família, e de tantos cônjuges que desejam entregar-se com amor”.
“Rezo para que ninguém se sinta sem um vínculo de amor paterno. E quantos estão doentes de orfandade continuem em frente sem este sentimento tão negativo. Possa São José exercer a sua proteção e a sua ajuda sobre os órfãos; e que interceda pelos casais que desejam ter um filho”.