Hoje vamos entender o Milagre de Lanciano, que traz sinais visíveis e indiscutíveis para aqueles que ainda insistem em não crer na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Mesmo que nossa inteligência não alcance o tamanho deste mistério, precisamos nos colocar diante de Jesus em atitude de fé e respeito a cada contato com a Eucaristia.
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O Milagre de Lanciano
O primeiro e mais impressionante Milagre Eucarístico da Igreja Católica aconteceu por volta dos anos 700, na cidade de Lanciano, na Itália. Nesta época, viviam no mosteiro de São Leogoziano os Monges de São Basílio, e entre eles havia um que tinha cultura mundana e parecia ter uma fé vacilante. Todos os dias era perseguido pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiramente o Corpo de Cristo e o vinho, verdadeiramente o Seu Sangue.
Mesmo com essa incredulidade, o Monge nunca foi abandonado pela graça divina, que o impulsionava a rezar continuamente para que essa dúvida fosse arrancada de seu coração. Foi então que, certa manhã, ao celebrar a Santa Missa, muito atormentado por essa incredulidade, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:
“Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!”
A reação dos fiéis
Após as emocionadas palavras do religioso, os féis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. Logo, a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o Monge num novo Tomé. A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre o amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de forma e tamanhos diferentes.
Passada a emoção inicial da qual todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim mandado construir pelas pessoas mais credenciadas do lugarejo. A partir de 1713 até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue, num cálice de cristal.
A reação da Ciência
Após os reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio também o pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
Foi em novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais, guardiões da Igreja do Milagre (desde 1252 chamada de São Francisco), decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo os resultados das análises:
“A Carne é verdadeira carne, o Sangue é verdadeiro sangue. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago). A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sanguíneo (AB) e pertencem à espécie humana. No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário.”
A conclusão da fé e da razão
Antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas realizadas em Arezzo, os Doutores Linoli e Bertellli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos: “E o Verbo se fez Carne!”. É assim que o Milagre de Lanciano, desafiando a ação do tempo e toda a lógica da ciência humana, se apresenta aos nossos olhos como a prova mais viva e palpável de que “Comei e bebei todos vós, isto é o meu Corpo que é dado por vós.”, mais do que uma simples simbologia como possa parecer, é o sinal divino de que no Sacramento da Comunhão está o alimento da nossa esperança nas Promessas de Cristo para nossa Salvação: “Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,55).