Hoje vamos acompanhar a lição de amor que um curta-metragem iraniano tem para nos ensinar. O vídeo foi capaz de inspirar e impactar milhões de pessoas em todo o mundo e rendeu prêmio ao jovem cineasta Syed Mohammad Reza Kheradmand, de apenas 20 anos. A produção foi recentemente premiada no Festival do Cinema Africano de Luxor.
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Quem ama permanece na luz
Quem ama permanece na luz, mas todas as realidades de divisão, ódio e rancor aprisionam o ser humano na escuridão do pecado. Basta fazer a experiência de querer bem alguém e fazer o bem pelo próximo para percebermos como é libertador o amor que vem de Deus e nos leva a servir o próximo. Por outro lado, quando nos fechamos no egoísmo e somos viciados em saciar a nossa carne com prazeres, cada vez mais nos vemos insatisfeitos e infelizes, além de alimentarmos o ódio pelo próximo. Precisamos espalhar o amor.
A linguagem do amor ultrapassa fronteiras
E é sobre o amor que fala o tocante vídeo que veremos a seguir e que já foi citado no início deste post. O curta se chama “Encontro das quintas-feiras” – e este título é revelador, mas quem não conhece a cultura iraniana precisará de uma breve explicação (essa explicação está no fim do texto, depois do vídeo, mas não leia agora pois contém spoiler).
O vídeo mostra um casal de idosos que, dentro de um carro, se recita mutuamente um poema do persa Hafez, do século XIV. É muito arraigado no cotidiano da cultura persa o hábito de ler e recitar poesia, desde muito antes da tentativa de imposição de radicalismos xiitas pelo regime teocrático que tomou o poder no país a partir da revolução islâmica de 1979.
Ao parar o carro no semáforo, os esposos percebem a intensa discussão de outro casal num carro ao lado, apesar da filhinha no banco de trás.
O gesto que o casal então realiza diz muito sobre o seu próprio casamento e sobre como pequenos detalhes que deveriam ser típicos do amor conjugal são capazes de ajudar a reconciliar.
Entenda melhor
Você percebeu que, na última cena, a esposa anciã já não está dentro do carro?
O título do curta-metragem é suficiente para explicar tudo a um iraniano que conhece os costumes do próprio país. As quintas-feiras são o dia em que se costuma visitar o túmulo de entes queridos nos cemitérios. As flores que o marido idoso estava levando eram para a esposa já falecida. Ao longo do trajeto, a “presença” dela no carro era a bela lembrança do viúvo que estava indo levar-lhe flores ao cemitério, enquanto recordava um poema que retratava o amor com que o matrimônio havia sido vivido.