Escuro, visão turva, uma sensação de medo e vertigem. Você sente solidão, desespero e uma tristeza que não pode ser explicada. Quem tem uma alma escrava dos apetites sensíveis experimenta essas realidades nebulosas e vive como se estivesse tentando enxergar através de um vidro embaçado. Pode parecer um filme de terror, mas essa comparação foi feita por São João da Cruz, no livro A Subida do Monte Carmelo.
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Uma alma escrava dos apetites
A sociedade moderna tem viciado as pessoas num prazer desordenado e nocivo que acaba destruindo a liberdade individual. Esse investimento na destruição dos valores fundamentais faz com que muita gente torne-se escrava de seus apetites e de tudo aquilo que acha que precisa para agora.
Roupas, comidas, bebidas, as melhores fotos nas redes sociais, o apego a o que os outros estão pensando. Tudo isso aprisiona com cadeias invisíveis, mas muito firmes. Se você e eu pararmos para pensar, veremos que parece ridículo preocupar-se com a opinião de pessoas que nem conhecemos e ainda ofender-se com críticas de estranhos. Mas é exatamente isso que tem acontecido nas redes sociais, por exemplo, onde algumas pessoas absorvem com tanta avidez a hostilidade sofrida que acabam desistindo da própria vida.
Parece um filme de terror, mas é muito pior
Parece um filme de terror, mas é muito pior porque é real. Todos os dias milhões de pessoas estão sofrendo uma opressão silenciosa em busca de migalhas de prazer. Curtidas, admiração, influência, inveja, ódio, rancor, depressão. Tudo isso misturado como que num liquidificador que vai triturando pessoas como se fossem descartáveis.
No silêncio e no recolhimento o Espírito Santo de Deus toca a nossa consciência e nos inspira a passos mais sábios. O problema é que no mundo do barulho ninguém tem tempo e vontade de silenciar, acalmar, meditar e rezar.
A verdadeira liberdade
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). Cristo Jesus pagou a nossa liberdade com o preço altíssimo de seu sangue precioso na cruz, mas precisamos tomar posse desse resgate espiritual. O certo não seria dizer “meu corpo, minhas regras”, mas “minha alma, os mandamentos de Deus”. Sim, os mandamentos de Deus ensinam um caminho seguro para a verdadeira liberdade que está em fazer o bem e anunciar o amor de Jesus com a própria vida.
A escravidão citada no trecho citado de Gálatas 5 está no jugo do pecado. O Catecismo da Igreja Católica resume muito bem essa verdade no trecho a seguir:
A cada dia você e eu precisamos lutar para conquistar, pouco a pouco, essa liberdade interior que nos é concedida pelo Espírito Santo de Deus. Para isso, precisamos nos desligar das realidades tóxicas e direcionar o nosso olhar para Jesus, através da oração e da meditação da Palavra de Deus. É possível viver uma nova realidade, mas somente pela graça de Deus. Você quer? Chama mais gente compartilhando este conteúdo!