Se Jesus nasceu em Belém, por que a sede da Igreja Católica é em Roma?
Sabemos que o Vaticano é a atual sede mundial da Igreja Católica Apostólica Romana, onde reside o Papa, e onde encontra-se a Santa Sé, órgão supremo da administração vaticana. Porém, uma dúvida que muitos podem ter é: se Jesus nasceu em Belém, porque a sede da Igreja Católica é em Roma?
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Se Jesus nasceu em Belém, por que a sede da Igreja Católica é em Roma?
Antes de tudo é importante saber que ser romana não faz parte da identidade invariável da Igreja. Nosso Credo afirma que a Igreja de Cristo é “Santa, Una, Católica e Apostólica”. Ao longo da história, por diversos fatores, vários papas viveram fora de Roma.
Este conteúdo é baseado na Palavra, no magistério da Igreja, e na interpretação de estudiosos do assunto. O Professor Felipe Aquino nos ajuda a entender o motivo de a Igreja Católica Apostólica ser também Romana.
Pensa-se que Cristo quis deixar um grande sinal para que todos soubessem que a Sua Igreja é invencível. Além de dizer que as portas do inferno nunca prevalecerão sobre ela (Cf. Mt16,18), o Senhor venceu o maior império que a humanidade já viu. Nunca vimos outro como o Império Romano, que dominou todo o mundo e tomou toda a volta do Mar Mediterrâneo, que hoje é circundado por muitos países. Os romanos o chamavam de “mare nostrum”. Os navios precisavam ter o alvará do porto romano de Óstia, próximo de Roma, para navegar no Mediterrâneo. Roma dominou tudo, desde Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha Ocidental, Itália, Grécia, Macedônia, Turquia, Síria, Líbano, Palestina, Egito, Cartago e todo o Norte da África. Quem não era cidadão romano era chamado de “bárbaro”.
O Império não venceu Jesus Cristo
Entretanto, esse maior Império que o mundo conheceu, mesmo com todo o seu poderio, não conseguiu destruir o Cristianismo e acabou tornando-se cristão. São Pedro chegou a Roma por volta do ano 50 e São Paulo por volta de 60. Ali implantaram a fé católica e ali foram martirizados por Nero. Os cristãos derramaram sangue abundante sob os imperadores Nero, Trajano, Domiciano, Décio, Vespasiano, Aureliano, e, principalmente Diocleciano, até o ano 311, quando o imperador Constantino o Grande, se converteu ao cristianismo, e pelo Decreto de Milão, proibiu a perseguição aos cristãos.
Um outro imperador, Juliano, o Apóstata (361-363), ainda tentou restabelecer o paganismo em Roma, mas já era tarde. E na batalha contra os persas morreu com uma flecha no peito, exclamando: “Tu venceste ó Galileu!” Finalmente, em 385, Teodósio o Grande, pelo Decreto de Tessalônica, oficializou o cristianismo como a religião do Império.
O significado da morte de Pedro e Paulo
No livro São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, A. Tricot nos ajuda a entender a grandeza do significado da morte de Pedro e Paulo. Vejamos como o autor comenta a morte de São Paulo:
“Enquanto o intrépido missionário encontrava em Roma o fim de sua carreira e enrubescia com seu sangue a terra dos Césares, na Palestina se manifestavam os primeiros sintomas de uma crise terrível que iria arruinar o berço do Cristianismo e, ao mesmo tempo, a cidadela do judaísmo ortodoxo. Ao fim do ano 66 a insurreição havia abalado a Judeia, e Jerusalém se pôs contra o Império. Quatro anos mais tarde o Templo era destruído, e a Cidade Santa arrasada por completo. Nesse momento, Roma já havia recolhido a herança da Igreja-mãe: o duplo martírio de Pedro e Paulo havia feito dela a metrópole do mundo cristão”.
Para finalizar, é importante que meditemos sobre essa grande verdade: ninguém vence nosso Senhor Jesus Cristo, e Suas palavras não passaram e nunca passarão. Sua Igreja é invencível, mesmo que passe por perseguições e dificuldades, e os católicos precisam renovar seu ânimo para buscar as coisas do alto em um mundo que vive afundado na lama. Que o Espírito Santo de Deus nos dê a fortaleza e o discernimento para uma vida corajosa que aponta para o Céu.