Precisamos entender quem foi São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil
Nosso país precisa conhecer a verdade (não aquela contada em alguns tendenciosos livros de História do Brasil) sobre São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil. Este santo corajoso entregou sua vida totalmente pela salvação das almas e não fraquejou na hora de levar o nome de Jesus a um Brasil ainda não civilizado, muito menos evangelizado. Todos os anos, no dia 9 de junho, a Igreja celebra a memória deste missionário intrépido e criativo.
Veja também:
São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil
A formação de um apóstolo
O menino José nasceu no dia 19 de março de 1534, na ilha canária de Tenerife, que fica próxima a um vulcão, na cidade de São Cristobal de Laguna, na Espanha. Recebeu uma educação cristã de seus pais, Juan Anxieta e Mencia Díaz, que também o instruíram em suas primeiras letras. Enviado pelos pais a Portugal, José foi aos 12 anos estudar no Colégio das Artes.
Em Coimbra, o jovem conhece de perto a vida agitada de uma cidade europeia com sua beleza e suas dificuldades, oportunidades e riscos. Ainda adolescente, consagra-se inteiramente aos cuidados da Virgem Maria. Na Igreja dos jesuítas, José de Anchieta serve como coroinha em todas as Missas que pode, chegando a frequentar até 8 missas diárias.
Tendo contato com a fama da nova ordem religiosa chamada Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola, o coração do jovem arde em dar sua resposta à vocação. Aos 17 anos, José de Anchieta torna-se jesuíta e abraça com entusiasmo o novo carisma que presenteava o mundo com missionários como Francisco Xavier e muitos outros.
A doença não é obstáculo para uma forte vontade
Durante um importante período, uma espécie de tuberculose óssea toma o seu corpo e José anda triste com fortes dores pelos corredores do Noviciado. O Pe. Simão Rodrigues, provincial de Portugal, percebendo a tristeza do jovem noviço lhe pergunta: “Como estás meu querido José?” – “Muito mal querido padre!” responde o noviço. O padre Rodrigues observa a tamanha tristeza evidente no olhar do noviço e lhe faz outra pergunta: “Se o Senhor o quiser deste modo, você vai aceitar viver desta maneira com alegria?” Essas palavras consolam o coração do jovem jesuíta.
Inspirado pelas cartas dos missionários Francisco Xavier e Manuel da Nóbrega, parte para o Brasil, aos 19 anos, na terceira leva de jesuítas destinados ao país, o jovem José de Anchieta.
Após dois meses de viagem, em 13 de julho de 1553, o jovem missionário chega a Salvador enfermo, mas determinado. De agora em diante, sua vida seria totalmente entregue ao serviço dos nativos chamados indígenas. Com empenho, aprende velozmente sua língua, o Tupi, e elabora uma gramática para que outros também possam aprendê-la. Assim, Anchieta não mede esforços para que sua vida na Terra de Santa Cruz (nome original e belo do Brasil) seja a cada instante vivida para a maior glória de Deus.
Um poeta devoto da Virgem Maria
Durante os 44 anos de Anchieta no Brasil, não faltaram dificuldades na vida do missionário. Em Iperuí, atual cidade de Ubatuba/SP, o missionário, já com 29 anos, se oferece como refém em nome de um tratado de paz. Aliás, naquele local, Anchieta experimenta um dos momentos mais difíceis de sua vida, pois recebeu frequentes ameaças de morte, tentações contra a castidade e sentiu imensa solidão. Através de sua alma artística, promete compor um poema com quase seis mil versos para narrar a história da Virgem Maria.
Anchieta amava a arte e compôs inúmeras peças que passaram a ser apresentadas em diversos lugares para evangelizar. Além disso, escreveu diversas cartas que se tornaram relevantes para a História do Brasil e documentam uma parte fundamental do processo de organização de nosso país. Por todos esses portentos, Anchieta, além de ser considerado o pai do teatro e da literatura brasileira, é ainda estimado como o primeiro promotor da cultura no Brasil. Foi professor, poeta, teatrólogo, gramático, botânico, fundador de cidades e muito mais porque sempre conservou a oração constante, a devoção, a caridade, a mansidão, a obediência, a humildade, a pobreza, a ordem, a disciplina, a castidade, a paciência e principalmente a confiança em Deus.
Fiel até os últimos dias
Os últimos momentos de sua vida se passaram em Reritiba (Atual cidade de Anchieta-ES). Ali, mesmo com a enfermidade bastante avançada, Anchieta não permitia que nada o impedisse de servir. Nas suas últimas horas, ainda se levantou do seu leito para preparar um remédio a um companheiro que estava enfermo. Quando dava seus lentos passos para servir seu irmão, sofreu um ataque que pôs fim à sua vida. Estava com 63 anos. Era o dia 9 de junho de 1597.
Ao receber esta triste notícia, aqueles a quem o Pe. Anchieta havia, por toda sua vida, servido, protegido e defendido, aclamavam: “Morreu o nosso pai. O que nos amava como filhos. O que deu a vida por nós!”
O corpo de Anchieta foi levado até Vitória, onde foi sepultado. Durante a Missa de corpo presente, foi aclamado pelo Bispo Dom Bartolomeu, “Apóstolo do Brasil”. No dia 22 de junho de 1980, o Papa João Paulo II o declarou Bem Aventurado. Em 3 de abril de 2014, após mais de 4 séculos de espera, o Papa Francisco canonizou o jovem canário que veio ao Brasil aos 19 anos e plantou o nome de Cristo no coração desta pátria católica.
Milagres no passado e no presente
Pela graça de Deus, São José de Anchieta foi favorecido com inúmeros dons e através da sua oração muitos devotos alcançaram milagres.
São incontáveis os testemunhos de pessoas que presenciaram fenômenos de levitação, luzes e músicas celestiais enquanto orava e celebrava a Missa. Os índios até o apelidaram de “caraibebé” que em Tupi significa “homem de asas” porque andava quilômetros em apenas alguns segundos. Além disso, outro notável prodígio era a obediência que os animais selvagens lhes tinham. Os índios se maravilhavam tanto com tais portentos que o chamavam também de “pagé guaçu” que significa pagé maior, o mais poderoso.
As curas milagrosas de doentes eram constantes em sua vida como, por exemplo, aconteceu em 1588 na cidade de Carapina/ES a cura do menino Estevão Machado, mudo de nascença. E em 1591, aconteceu a cura do índio Suaçú que tinha uma deficiência motora e passou a caminhar normalmente depois do clamor infalível de Anchieta aos Céus.
Durante mais de quatro séculos, desde a morte de Anchieta, inúmeras pessoas recorrem a São José de Anchieta para pedir e agradecer por graças alcançadas. Hoje, ao lado de Deus e de sua tão amada Virgem Maria, São José de Anchieta continua a pedir por todos os que o invocam com fé, especialmente por seus filhos brasileiros, que ele tanto amou.
Com informações de Vaticannews.
Oração
Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo de São José de Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.